Nova cartografia de ocupação do solo, perdas de vegetação e alterações de coberto vegetal nas faixas de gestão de combustível
Instalação de câmaras óticas e térmicas em torres elétricas cobrindo mais de um milhão de hectares
Novo portal de informação territorial
Registo de propriedades em tempo real com recurso a drones
Com soluções que vão da monitorização digital à valorização dos serviços de ecossistemas, a Agenda Mobilizadora transForm está a criar oportunidades baseadas em dados e serviços especializados para uma gestão florestal mais resiliente, produtiva e sustentável.
A floresta portuguesa enfrenta grandes desafios: risco de incêndios, pragas e doenças, alterações climáticas e necessidade de uma gestão mais eficiente. A estes fatores soma-se ainda a escassa presença humana no território florestal, o que agrava a vulnerabilidade e dificulta uma gestão ativa e contínua.
Para responder a estas exigências, a Agenda Mobilizadora transForm está a desenvolver soluções e tecnologias que tornam a floresta mais resiliente, produtiva e preparada para o futuro. Já está em desenvolvimento nova cartografia de ocupação do solo, perdas de vegetação e alterações de coberto vegetal nas faixas de gestão de combustível. Estes produtos permitem antecipar riscos e apoiar estratégias de prevenção. Em paralelo, modelos inovadores vão permitir estimar a biomassa e a idade dos povoamentos, prever a evolução da vegetação após incêndios e ajudar a detetar pragas e doenças. Com estas ferramentas, será possível uma melhor e mais informada visão do território.
Outra inovação é a instalação de câmaras óticas e térmicas em torres elétricas de muito alta tensão, cobrindo mais de um milhão de hectares, muitos, hoje, com baixa ocupação humana. Estas câmaras integram um sistema de monitorização e análise de dados e de suporte à decisão, permitindo detetar riscos, particularmente de incêndios rurais, logo nos primeiros momentos. Com apoio de simuladores em tempo real, é possível prever o comportamento do fogo e otimizar a resposta no terreno.
A Agenda transForm está também a facilitar o acesso a dados sobre a floresta e o território através de sistemas de informação baseados em dados geográficas e de um novo portal de informação territorial. Estão em desenvolvimento sistemas de gestão integrada para organizações de produtores florestais, aplicações móveis de apoio à certificação e software para registo de propriedades em tempo real com recurso a drones. Estas soluções simplificam processos, aumentam a transparência e ajudam a expandir a área florestal certificada e com gestão ativa.
No âmbito de um programa de melhoramento genético, estão a ser desenvolvidas novas variedades de pinheiro-bravo e eucalipto, mais eficazes e resistentes a pragas e doenças, bem como ações de conservação de espécies autóctones de elevado valor, como carvalhos e medronheiros. Estes avanços asseguram não só maior produtividade e adaptação climática, mas também a preservação da diversidade genética e a recuperação de habitats de alto valor ecológico.
No caso específico do sobreiro, estão em curso trabalhos de desenvolvimento de modelos inovadores de silvicultura, seleção de plantas mais resistentes às novas condições climáticas e investigação para o controlo da cobrilha da cortiça. Estas ações vão aumentar a produtividade, rentabilidade e resiliência do sobreiro.
Através da criação de uma rede nacional de parcelas florestais experimentais, está a ser consolidada a monitorização de longo prazo de diferentes espécies e sistemas florestais. Esta rede, já com mais de 300 parcelas instaladas, fornece dados fundamentais para ajustar técnicas silvícolas e a condução de espécies florestais que respondam à necessidade de mitigar os impactos das alterações climáticas.
Outro contributo importante da Agenda é a criação de metodologias unificadas de avaliação e valoração dos serviços dos ecossistemas que a floresta presta à sociedade, como o sequestro do carbono, a conservação da biodiversidade, a proteção do solo e a regulação hídrica, entre outros.
Fonte: Agenda transForm