Relatório das Nações Unidas lança o aviso: a seca e a escassez de água estão na iminência de afectar o globo de forma sistémica. Entre 1998 e 2017, pelo menos 1,5 mil milhões de pessoas foram afectadas directamente pela seca.
“A próxima pandemia” pode estar próxima e está camuflada: existe o risco iminente da seca e da escassez de água afectarem o globo de forma sistémica se os países não tomarem medidas urgentes sobre a gestão da água e dos solos para combater as alterações climáticas. O alerta foi dado pelo ONU esta quinta-feira, num relatório que vai alimentar o debate na cimeira do clima da ONU (Cop26), a realizar-se em Novembro, em Glasgow.
Mami Mizutori, representante especial do Secretário-Geral para a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNDRR, na sigla inglesa) alertou que a “seca está na iminência de se tornar a próxima pandemia e não há vacinas que a curem”.
“As populações têm coexistido com a seca durante cinco mil anos”, mas “as actividades humanas estão a exacerbar a seca e a aumentar o seu impacto”, ameaçando destruir os progressos para a eliminação pobreza, reforçou Mizutori.
“Comparando com outros desastres naturais”, as secas tornam-se perigosas por serem “eventos mais prolongados”. Os seus impactos socioeconómicos e ambientais podem ser exacerbados, porque “podem durar décadas e afectar áreas desde