A poda de qualquer árvore tem como objetivos facilitar a entrada de luz no interior da copa, de forma a maximizar a fotossíntese; controlar o vigor da planta, promovendo o equilíbrio entre ramos vegetativos e os frutíferos; facilitar as operações culturais (tratamentos e colheitas); garantir produções regulares (evitando a safra e contrassafra); e eliminar ramos ladrões, mal posicionados e doentes.
Para realizar este tipo de operação cultural são necessárias ferramentas de corte, tais como tesoura de poda, serrote e tesoura de poda de duas mãos para os ramos mais grossos. Estes instrumentos devem estar bem afiados, lubrificados e desinfetados.
Relativamente aos cortes efetuados pelas ferramentas acima mencionadas, devem ser realizados com cuidado, de modo a que o corte fique liso e com uma inclinação regular, para evitar a cumulação de água, facilitar a cicatrização e evitar infeções do lenho.
A poda das cerejeiras pode ser efetuada antes do abrolhamento ou após a colheita, uma vez que esta árvore tem dificuldade na cicatrização dos cortes e é nos momentos atrás mencionados que existe um maior fluxo de seiva em circulação, o que ajudará na cicatrização.
Existem vários tipos de poda, entre as quais a poda de formação, a qual é efetuada nos primeiros anos de vida da planta, até ao 3º ano, e que serve para dar forma à copa da árvore.
A poda de frutificação é efetuada para assegurar a regularidade e melhoria da frutificação, promovendo o equilíbrio entre as funções vegetativas e reprodutivas. Para a realização deste último tipo de poda temos de conhecer os hábitos de frutificação das plantas, que, no caso das cerejeiras (Prunus avium), frutificam nos esporões em ramalhete que estão nos ramos de anos anteriores.
Nas cerejeiras, os tipos de poda de frutificação mais usados são em forma de vaso, em forma de eixo ou pirâmide e em espaldeira, de modo a obter uma planta mais baixa, não deixando ultrapassar os três metros de altura.
Para obter uma cerejeira em forma de vaso é necessário efetuar a poda sobre os ramos com dois ou três anos, tendo a atenção de deixar no sítio do corte o gomo vegetativo para o exterior.
A forma de condução em eixo ou pirâmide é mais adequada para pomares intensivos, obtendo-se uma cerejeira cuja distribuição dos ramos é feita em vários “andares” ao longo do tronco principal.
Após a poda, os cortes devem ser desinfetados com calda bordalesa.
Aurélia Sena
Divisão de Assistência Técnica á Agricultura
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
O artigo foi publicado originalmente em DICAs.