Não se compreende que não haja, no século XX, alertas em tempo real, critica Francisco Sande Lemos, a propósito da destruição de sítios arqueológicos em Vila Velha de Ródão por causa de projectos agro-florestais.
Os casos de destruição de património em áreas agrícolas e florestais sucedem-se. Títulos como “Anta do neolítico foi arrasada intencionalmente para plantar amendoal”, “Sítios arqueológicos em Évora destruídos para plantar amendoal intensivo”; ou “Postes da EDP pivots de rega e gado devassam antas em Avis” encabeçam algumas das notícias de que o PÚBLICO vem dando conta, acompanhadas por uma reacção, já do início do mês, por parte do director-geral do Património Cultural (DGPC), Bernardo Alabaça. Que, perante estes casos, admitiu no Parlamento, que o problema é extensível a todo o país, e que a DGPC não tem meios para vigiar estes atentados.
A propósito das situações semelhantes detectadas em Vila Velha de Ródão, a directora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, recorda que no final do ano passado “foi celebrado um protocolo entre o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP), a Autoridade de Gestão do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para o período 2014-2020 (AG – PDR2020) e a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), que prevê a conjugação de esforços e recursos de forma a estabelecer uma actuação preventiva na salvaguarda do património arqueológico, em articulação com a execução do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente”.