Numa intervenção no Parlamento Europeu depois de o colégio de comissários ter aprovado o seu “Green Deal”, Ursula von der Leyen chamou a atenção para os custos de uma não transição e afirmou que o Pacto Ecológico Europeu tem que ver com corte de emissões mas também com a “criação de novos empregos, negócios e mercados”
“Muitos defendem que a transição energética custará muito dinheiro mas não a fazer custará muito mais”, afirmou esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen, já depois de o colégio de comissários ter aprovado o seu “Green Deal”.
De acordo com a presidente da Comissão Europeia, os custos “aumentam todos os anos” e “todos os anos perdemos cinco mil milhões de euros devido a cheias e quase 10 mil milhões por causa das secas, sendo os agricultores os mais prejudicados”.
À semelhança do que tinha afirmado durante a manhã, numa conferência de imprensa que antecedeu a apresentação no Parlamento Europeu do Pacto Ecológico Europeu, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o objetivo “é reconciliar a economia e a forma como produzimos e consumimos com o planeta” e sublinhou que o novo pacto, do qual constam “50 ações até 2050” — incluindo a apresentação da primeira Lei Climática Europeia em março de 2020 — tem que ver com o corte de emissões de gases com efeito de estufa mas também com a “criação de novos empregos, negócios e mercados”, e a “biodiversidade, florestas e agricultura”.
“Será exigente, mas é a coisa certa a fazer”, afirmou a presidente, sublinhando que a transição necessita de “tempo, apoio e solidariedade”. Sobre a proposta da primeira legislação climática europeia que será então apresentada no próximo ano, disse que permitirá “um planeamento a longo prazo”, nomeadamente para as empresas, ainda que a conversão ecológica “seja já uma realidade e haja muitos exemplos disso”.
Nessa mesma conferência de imprensa, Ursula von der Leyen sublinhou que a transição ecológica “será para todos ou não será para ninguém” e revelou que há a ambição de “mobilizar 100 mil milhões de euros para as regiões e sectores mais vulneráveis”. Também comparou a transição que se avizinha com a chegada do Homem à Lua e afirmou que, “embora o ‘Green Deal’ seja muito ambicioso, é preciso fazer uma avaliação cuidadosa de cada passo que é dado”.
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