A ministra do Ambiente de Angola disse à Lusa ser “urgente” a implementação do financiamento climático e que os países passem das palavras à ação, durante a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30).
“É urgente, porque a cada ano que passa nós temos eventos climáticos extremos, de várias ordens, um pouco por todo o mundo, e é necessário que isto seja mesmo a COP da Implementação”, disse à Lusa Ana Paula de Carvalho Pereira, à margem de um evento que decorreu na quinta-feira no Pavilhão de Angola, na COP30, que se realiza até 21 de novembro na cidade amazónica brasileira de Belém.
“Precisamos sair daquilo que são apenas as palavras, passar realmente as ações, os planos estão traçados, precisando apenas de financiamento para serem implementados”, insistiu a ministra angolana, que lidera a delegação do país no evento climático mais importante do mundo.
Ana Paula de Carvalho Pereira disse, contudo, que as falhas do financiamento não devem isentar os países de implementar as próprias metas.
“Caso tivéssemos financiamento seria muito melhor e correríamos menos riscos de perder vidas humanas, biodiversidade, menos água, menos qualidade de vida”, frisou.
A ministra angolana recordou ainda que o continente africano é “um continente que quase nunca polui, quase que não tem grandes indústrias e que sofre” de forma desproporcional as consequências da poluição global.
“Estaremos a trabalhar também nas questões de financiamento para que não seja apenas um documento apresentado, para que seja sim implementado, que tenha implementação”, sublinhou, referindo-se ao acordado na COP29, quando foi prometido um financiamento climático de 1,3 biliões de dólares, para além de 300 mil milhões de dólares por ano até 2035.
Representantes de 170 países participam desde segunda-feira na COP30, sendo a primeira vez que a conferência climática se realiza na maior floresta tropical do planeta, um ecossistema vital para a regulação da temperatura global, mas também um dos mais ameaçados pela desflorestação e pela mineração ilegal.
As negociações prolongar-se-ão até ao dia 21, com possibilidade de se estenderem por mais alguns dias, em Belém, cuja preparação para esta COP30 foi marcada por graves problemas logísticos e pelos preços exorbitantes dos hotéis, que limitaram a estrutura das delegações presentes.








































