Nos Estados Unidos da América (EUA), o uso de culturas de cobertura tem vindo a aumentar nas últimas décadas como estratégia para proteger o solo entre os ciclos das principais culturas do país.
Segundo dados de um relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês), os agricultores plantaram culturas de cobertura em 8% das áreas cultivadas com milho em 2021, 11% com soja em 2023 e 19% com algodão em 2019.
De acordo com a análise do USDA, as culturas de cobertura são frequentemente semeadas no outono, oferecendo proteção durante o inverno em terrenos agrícolas que, de outra forma, ficariam totalmente expostos à erosão e à degradação.
Além de contribuírem para a conservação do solo, estas culturas são utilizadas para cumprir regulamentos ambientais relacionados com a aplicação de fertilizantes orgânicos, combater problemas de erosão e perda de fertilidade em campos de milho de silagem contínua, ou ainda como fonte de forragem em explorações de leite.
O relatório salientou também que a adoção tem sido especialmente significativa nos campos de algodão, onde as culturas de cobertura ajudam a reter a humidade, reduzir a erosão e aumentar a matéria orgânica no solo.
Apesar do aumento da adoção de culturas de cobertura, o relatório também enfatiza que a opção de avançar com este modelo pode implicar custos iniciais mais elevados e um retorno económico negativo a curto prazo, especialmente sem apoios financeiros.
A análise também concluiu que os maiores benefícios económicos e agronómicos surgem quando as práticas agrícolas são integradas de forma coordenada e integrada, aliando as culturas de coberturas com outras práticas convencionais ou até outros modelos mais recentes, uma vez que esta integração aumenta a eficiência técnica, a produtividade e a resiliência do solo ao longo do tempo.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.