Centenas de viticultores durienses protestaram esta manhã nas ruas do Peso da Régua numa grandiosa manifestação promovida pela CNA e pela AVADOURIENSE – Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense.
Esta grande iniciativa confirma a determinação e o compromisso dos pequenos e médios produtores da Região Demarcada do Douro na luta por rendimentos dignos, que permitam continuar a trabalhar as vinhas e a contribuir para a preservação do valiosíssimo património económico, social e cultural que é esta Região, construída pelas mãos e pelo suor de muitas gerações de viticultores.
Para os viticultores, sobretudo para os pequenos e médios produtores, a situação da Região já não é só insustentável, passou a ser insuportável. Não é possível, nem admissível, continuar a produzir e a vender as uvas a preços de há 25 anos, quando todos os custos de produção aumentaram brutalmente.
Não é possível que se permita que as grandes casas comercializadoras e exportadoras paguem tão pouco aos viticultores, levando à sua asfixia e ao abandono forçado da sua actividade.
Nas ruas da Régua, a faixa empunhada pelos produtores e dirigentes associativos na frente da manifestação, lia-se a exigência “Escoamento a Preços Justos! Mais Benefício1! Defender a Produção Regional!”.
A situação gravosa exige, de facto, medidas para assegurar o escoamento da produção da região, e não é admissível que essa produção não seja utilizada para produzir a aguardente necessária para a produção de vinho do Porto. Isso mesmo foi afirmado pelos produtores na manifestação, bem como a necessidade de medidas para libertar stocks nas adegas cooperativas, de forma a que os viticultores sejam pagos dignamente pelo seu trabalho.
Depois da muito complicada vindima de 2024, a vindima deste ano ameaça ver a Região dar mais um passo em direcção ao abismo, com ameaças de novo corte no Benefício, dificuldades de escoamento e preços muito baixos à produção. Tudo isto perante a inoperância e o conformismo do Governo.
Se as dificuldades são muitas, maior é a determinação dos pequenos e médios produtores durienses, que afirmam que a Região Demarcada do Douro tem futuro, assim haja vontade política e um Governo que actue e implemente as medidas que constam de uma Moção aprovada pelos agricultores presentes na manifestação (documento em anexo).
Por isso, e porque os viticultores têm o direito de ser ouvidos e as suas reclamações e propostas atendidas, a luta irá continuar, com uma delegação de viticultores a deslocar-se à residência oficial do Primeiro-Ministro, a 16 de Julho, para lhe entregar as principais reclamações, aprovadas nesta grandiosa manifestação. Pelo futuro da Região, por dignidade e justiça para os viticultores.
Fonte: CNA