O fogo de Vila de Rei e Mação atingiu os 8500 hectares de área ardida, segundo revelou ao Exprdesso Paulo Fernandes, investigador da Universidade de Alto Douro e Trás os Montes-UTAD, mas as chamas progridem ao encontro da área ardida de há dois anos, fazendo com que a principal frente perca força e assim possa ajudar na extinção. No terreno surgem as primeiras críticas à alimentação distribuída.
O fogo de Vila de Rei e Mação já consumiu 8500 hectares de área, estima o Laboratório de Fogos da Universidade de Trás-os-Montes que antecipa que “o queimado de 2017 bloqueie a propagação da cabeça”, ou seja que o fogo termine ao encontrar a área ardida de 2017.
É nesta área que se concentram as descargas dos meios aéreos, “de elevada cadência devido à proximidade da barragem e do Zêzere”, explicam os bombeiros.
Os fogos da Sertã, que foram dominados de madrugada registam a esta hora dois reacendimentos, na Ermida e Rolã. Em Vila de Rei e Mação, onde está a arder o que sobrou do grande incendio de 2017 e que uma estimativa da câmara municipal aponta para uma área já ardida de 3 mil hectares, os meios aéreos estão a conseguir “evitar o alargamento da cabeça do incendio”, dizem os operacionais que esta manhã receberam novos reforços dos distritos do Porto, Évora e Viseu.
Nos 3 concelhos ainda não foi feito um primeiro levantamento dos prejuízos, mas há indicações de que terão ardido vários barracões agrícolas e um aviário. Até este momento não há informação de casas atingidas pelas chamas.
A agravar as dificuldades está “a existência de vegetação alta e muito, mas muito eucalipto, que tem um potencial de perigosidade muito maior”, como sucede na aldeia de Amêndoa.
Numa nota publicada no site oficial o Presidente da República garante estar a acompanhar a situação, “em contacto com o Governo e com os presidentes das Câmaras Municipais das zonas afetadas”. Marcelo Rebelo de Sousa, que cancelou a presença numa cerimónia da GNR no Palácio de Belém, transmitiu “toda a solidariedade aos homens e mulheres que os combatem, bem como às populações mais diretamente atingidas, no que é acompanhado por todos os portugueses”.
No terreno surgiram também críticas à escassa alimentação distribuída. Depois de uma refeição na noite de sábado, o primeiro reforço alimentar dos quase 1500 bombeiros que combatem os fogos de Vila Real foi uma sandes e uma garrafa de água. “Isto é que é triste. Depois de horas em combate às chamas e de entregam uma garrafa de água e uma mini sande onde. Onde está a logística que os homens e as mulheres bombeiros merecem?”, perguntam os operacionais, que exibiram as fotos dos sacos de alimentação nas redes sociais.pois.
A Proteção Civil garante o apoio das Forças Armadas, que “irão fornecer as refeições”, adiantou o comandante Belo Costa no primeiro ponto de situação do dia.
Com falhas logísticas os bombeiros agradecem “a comida da população, que tem distribuído comida para nos mantermos em pé”.
Já ontem os Bombeiros de Cernanche do Bonjardim tinha pedido ajuda à população com um apelo da União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais para a “necessidade de gelo e fruta fresca”.