Especialistas e profissionais de várias áreas participam num encontro organizado pela associação Zero, que terá lugar na próxima quarta-feira, em Setúbal, para promover Soluções Baseadas na Natureza (SBN) na adaptação climática, em contexto urbano, junto dos municípios.
Segundo um comunicado da Zero, Associação Sistema Terrestre Sustentável, o encontro, que terá lugar na Casa da Baía e que assinala o encerramento do Projeto Erasmus+ Social Economy Goes Green, pretende “alertar para a necessidade urgente de se adotar e disseminar este conceito-chave para a prevenção de riscos climáticos”.
“As SBN são soluções inspiradas na natureza, eficazes e de baixo custo, que oferecem múltiplos benefícios (ambientais, sociais, económicos) e são vistas como uma forma de resolver problemas humanos e, simultaneamente, promover a biodiversidade, num contexto em que os fenómenos climáticos extremos (inundações repentinas, cheias, ondas de calor)” irão ser cada vez mais frequentes”, explica o comunicado.
“Apesar de ser um conceito cada vez mais aplicado no âmbito da União Europeia, as ferramentas que disponibiliza (paredes e telhados verdes, parques urbanos, zonas húmidas, bacias de retenção de água, etc.) são muito pouco aplicadas em Portugal, pelo que a Zero quer mudar este panorama e promovê-las, em particular junto de técnicos e decisores políticos dos municípios”, lê-se no comunicado.
O evento deverá contar com apresentações, exercícios de ‘brainstorming’ sobre o tema, partilha de boas práticas e, segundo a Zero, “uma visita técnica à Várzea de Setúbal – um caso exemplar de adaptação climática”.
A várzea de Setúbal, acrescenta o comunicado, “combina a construção de bacias de retenção para evitar inundações repentinas na parte baixa da cidade com a implementação de um parque verde para prevenir o excesso de calor em áreas urbanas – e permitirá a troca de experiências entre participantes de diversas áreas com ligação à educação, à gestão territorial e à gestão de riscos (professores, estudantes, decisores políticos, técnicos municipais, urbanistas, empresários ou colaboradores de empresas)”.
Segundo a Zero, a implementação da Diretiva das Águas Residuais Urbanas, cuja transposição para a legislação nacional tem de ocorrer até 31 de julho de 2027, “é uma enorme oportunidade para se aplicarem SBN de baixo custo e de máximo impacto”.
Os “jardins de chuva”, uma solução que preconiza que a “gestão dos picos de precipitação em áreas urbanas se faça preferencialmente através da promoção da infiltração das águas pluviais a montante, conjugada com a filtração dos poluentes nelas presentes, por forma a reduzir as afluências às estações de tratamento e assim diminuir os riscos de destruição de equipamentos e poluição dos cursos de água a jusante”, é um dos exemplos referidos pela associação.
A Zero salienta ainda que o Projeto Erasmus+ Social Economy Goes Green visa também ajudar estabelecimentos do ensino superior que dão formação na área da economia social “a integrar o ensino da sustentabilidade, utilizando o potencial educativo das SBN”.
O projeto da Zero desenvolveu também ferramentas e recursos para capacitar educadores da área da economia social a usar pedagogias inovadoras baseadas em SBN, “impulsionando o seu papel na transição ecológica”, soluções que “podem ser aplicadas em várias áreas como o urbanismo e ordenamento do território”.
A participação no encontro que encerra o projeto SEgoesGreen (https:// www.segoesgreen.eu/), cofinanciado pelo programa Erasmus+ da União Europeia, é gratuita, mas a inscrição é obrigatória, através do site oficial ou nas redes sociais da associação Zero.