Tecnologia permite prever tempestades e dissolve o gelo.
As trovoadas que se têm abatido sobre o Norte do país têm sido, por estes dias, uma dor de cabeça para os agricultores do Douro. Os viticultores querem, por isso, avançar com um projeto piloto para minimizar os impactos do granizo. O processo passa por lançar balões para a atmosfera que ajudam a dissolver as pedras de gelo antes de chegarem ao solo.
As trovoadas da última semana têm posto os produtores do Douro a olhar para o céu com medo que desabe a qualquer momento sobre o trabalho de um ano inteiro.
Agora imagine-se: se se pudesse combater o granizo com balões lançados para a atmosfera? O sistema já é utilizado noutros países, como França, Alemanha ou Hungria.
O projeto piloto da associação ProDouro prevê proteger com este sistema a mancha de vinha dos concelhos de Alijó e Sabrosa. Para começar, é preciso instalar um radar meteorológico que deteta a formação duma tempestade nessa área e lança os alertas dos locais onde pode cair granizo. A partir daí, os viticultores entram em ação e podem eles próprios lançar os balões.
Aparentemente o processo é simples. Os viticultores dizem que falta, no entanto, o mais importante: dinheiro e vontade política.
O projeto conta com o apoio das autarquias de Sabrosa e Alijó. Esbarrou, porém, numa candidatura para o financiamento quando se avançou para uma solução mais automatizada e mais cara.
Um dos argumentos usados para rejeitar o projeto terá sido a carga poluente associada à tecnologia utilizada. Os viticultores garantem que o princípio ativo que dissolve o granizo é natural e não representa riscos para a natureza.
As autarquias associadas vão insistir na candidatura a fundos comunitários. Caso o financiamento não chegue, garantem que avançam para o processo mais rudimentar, com um custo que ronda os 350 mil euros.