Um surto em Valência, Espanha, cancela competições com cavalos em dez países. A doença pode ser fatal para os animais.
As competições equestres foram suspensas até dia 28 de março. A última realizada até esta data, a Vilamoura Atlantic Tour, terminou este domingo no Algarve.
O motivo deve-se a um surto de de herpes vírus equino (EHV-1) detetado em Valência, Espanha. Além de Espanha e Portugal, a medida afeta mais oito países europeus.
Segundo a Federação Equestre Portuguesa (FEP), além do cancelamento de “todas as manifestações” da modalidade marcadas para o país, passam a estar, também, em vigor protocolos de biossegurança, com delegados veterinários internacionais.
“Como federação, estamos vigilantes, mas tranquilos [quanto à situação ocorrida em Valência], em contacto diário com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e várias associações. Sabemos que terá impacto a nível desportivo, social e económico”, frisou o presidente da FEP, Bruno Rente, em declarações anteriores à agência Lusa.
Caso detetado em Leiria
Segundo o site da revista “Equitação Magazine”, a DGAV já terá tido conhecimento de um caso da doença no país, detetado na região de Leiria. Mas o JN ainda não conseguiu confirmar esta informação junto do Ministério da Agricultura.
O EHV-1 é um tipo de vírus que afeta cavalos, transmitido por contacto direto ou indireto, agindo sobre o sistema respiratório. Pode, em casos raros, provocar encefalia, levando depois a problemas como pneumonia, podendo ser fatal para os animais. Não é transmissível aos seres humanos.
Apesar de haver uma vacina disponível, que é eficaz em controlar a transmissibilidade, não há consenso científico sobre a sua eficácia na imunização e redução do impacto nocivo para a saúde.
De acordo com Bruno Rente este momento é “muito perturbador para os atletas”, que procuram garantir requisitos mínimos de elegibilidade para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, adiados para este verão, e também participar nos Europeus e Mundiais da modalidade.