O grupo luso-brasileiro Veracruz vai investir cerca de 50 milhões de euros para instalar mais de 3 milhões de amendoeiras em dois mil hectares de terrenos espalhados por diversas herdades no Fundão e Idanha-a-Nova. O objetivo da empresa é chegar aos 5 mil hectares de amendoal e exportar 70% da sua produção.
Numa nota enviada às redações, a empresa revela que “quando a plantação estiver totalmente instalada e a produção a decorrer em velocidade cruzeiro, destes campos vão sair 4 mil toneladas anuais de amêndoa, todas de variedades tradicionais mediterrânicas. No futuro, e através da abertura de capital a outros investidores, a Veracruz pretende chegar aos 5 mil hectares de amendoal implantados.”
David Carvalho, sócio cofundador da empresa, assume que “temos como missão fazer de Portugal um player importante no sector de frutos secos na Europa. Pelas suas características edafoclimáticas, Portugal tem todo o potencial para se assumir como uma importante referência na cultura de amêndoa, que por agora se concentra na Califórnia, responsável por 80% da produção total. Por outro lado, pela sua localização geográfica, estamos muito próximos dos consumidores, já que a Europa responde por mais de 40% do consumo global”. A empresa prevê exportar cerca de 70% da sua produção e refere que existe, atualmente, “um internacional da qualidade dos produtos ‘made in Portugal’”.
Filipe Rosa, sócio cofundador, explica ainda que a escolha da Beira Baixa se ficou a dever, não só ao clima e solos perfeitamente adaptados à cultura, como também “à disponibilidade de terra e de água. E, tão importante, à vontade política demonstrada pelos autarcas em acolherem o nosso projeto e reverterem o processo de desertificação do Interior. Somos um ‘projeto-âncora’ que visa criar um cluster de produção para valorizar esta região. Vamos criar mais de 150 postos de trabalho diretos e indiretos nos próximos anos e assumimos o compromisso de contratar, sempre que possível, mão-de-obra local”.
O empreendimento da Veracruz prevê ainda, até 2021, a instalação de uma fábrica de descasque e processamento de amêndoa na mesma região, num investimento estimado em 6,5 milhões de euros. Esta unidade terá capacidade para receber e transformar a produção de outros produtores locais, garantindo-lhes canais de escoamento e pretende atrair outros investimentos em amendoal e reabilitar terrenos abandonados.
Recorde-se que este projeto da Veracruz foi considerado ‘Investimento que marca’, na última edição dos Prémios da revista VIDA RURAL.
