A vaga de calor deve prolongar-se na China este verão, disseram hoje os serviços meteorológicos do país, apontando como causa o aquecimento global.
O país asiático é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, o que os cientistas acreditam serem a causa do aquecimento global, tornando os fenómenos climáticos extremos mais frequentes e mais intensos.
Este verão, regiões inteiras do norte da China já foram atingidas por vagas de calor, enquanto chuvas fortes fora de época provocaram inundações mortais e aluimentos de terras no sul do país.
O Centro do Clima da Administração Meteorológica da China prevê que “as temperaturas do ar na maior parte do país vão ser ligeiramente mais elevadas (…) em meados do verão”, noticiou a televisão estatal CCTV.
“No contexto do aquecimento global, as temperaturas médias vão aumentar e as temperaturas elevadas serão mais frequentes”, afirmou o centro meteorológico, disse.
Os termómetros subiram entre 1ºC a 2ºC em relação ao normal nas províncias de Zhejiang, Jiangxi, Hunan, Fujian, Guangdong e Gansu, bem como nas regiões de Guangxi e Ningxia, de acordo com o relatório.
No entanto, as províncias do nordeste e a região norte da Mongólia Interior vão registar temperaturas próximas do normal para a época.
A China comprometeu-se a estabilizar ou reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e a atingir a neutralidade carbónica até 2060.
As autoridades tendem a reconhecer o papel das alterações climáticas nos fenómenos meteorológicos extremos, mas raramente estabelecem uma ligação direta com as emissões de gases com efeito de estufa do país.
Os responsáveis chineses parecem relutantes em estabelecer objetivos mais ambiciosos de redução daquelas emissões.
O país registou uma média de 2,6 dias quentes, ou seja temperaturas superiores a 35°C, em junho, o quarto valor mais elevado desde que se iniciaram os registos em 1961, indicou a CCTV, citando o Centro do Clima chinês.
Como resultado, 20 estações meteorológicas bateram recordes de calor, de acordo com o relatório.
“À medida que o aquecimento global se intensifica, nos últimos anos, os dias quentes no nosso país começaram mais cedo, ocorreram com mais frequência, acumularam-se durante períodos mais longos, tiveram um impacto mais alargado e foram, em geral, mais fortes”, referiu.