O próximo Governo deveria definir uma estratégia nacional para a caça sustentável com objetivos de médio e longo prazos e financiamento plurianual
Abençoadas eleições, de repente tudo se clarificou. De um lado, esmagados eleitoralmente, os dois partidos que pretendem o fim da caça sustentável e outras expressões da nossa ruralidade. Do outro lado, cada qual à sua maneira, todos os que se reveem no Portugal que amamos.
1. Desfizeram-se as nuvens negras que desde 2015 pairavam sobre a caça, o mundo rural e o país. Terminaram as chantagens indecorosas feitas pelos dois partidos totalitários minoritários Bloco de Esquerda e PAN. Acabaram as ameaças de desfigurar Portugal feitas por duas aventureiras sem escrúpulos. Cessaram propósitos que, no século XXI, nos recordaram tempos e modos de 1974.
A maioria absoluta obtida pelo PS é absolutamente preferível a uma coligação, formal ou não, com aqueles partidos (ou outros similares). O Estado e o seu orçamento deixaram de depender de estratégias ou humores alheios ao PS, cujo Governo, sem álibis e orgulhosamente só, terá que dar ao país as respostas de que ainda não se mostrou capaz.
Também já não há desculpas para não se reconhecer a importância económica e a relevância social da caça sustentável. Ela faz crescer a economia nacional (Espanha arrecada anualmente cerca de 6,5 mil milhões de euros). O impacto no interior reforça a nossa coesão social. A presença no terreno dos verdadeiros conservadores da natureza que são os caçadores contribui para garantir florestas e territórios preservados […]
Por Artur Torres Pereira, Presidente do Clube Português de Monteiros, ex-deputado, ex-presidente da ANMP