A União Europeia está de olho num acordo comercial com os Estados Unidos da América e, para conseguir fechar negócio, a comunidade estará disposta a acelerar a aprovação da entrada de alimentos geneticamente modificados vindos do outro lado do Atlântico. Segundo fontes citadas pelo site Politico, a hipótese está a ser estudada.
O sistema actual de aprovação já foi descrito por Donald Trump como um obstáculo propositado à exportação de colheitas geneticamente modificadas. O presidente dos EUA acredita que se trata de um plano para impedir a concorrência com produtos europeus.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, pondera tornar o processo mais ágil como um gesto de boa-fé. No entanto, não está interessada em alterar as leis europeias sobre o tema. As mesmas fontes sublinham que a chave poderá estar na European Food Safety Authority, o regulador responsável pela segurança alimentar na comunidade.
Donald Trump quer que as alterações ao sistema garantam a aprovação de novos alimentos geneticamente modificados no prazo de dois anos. Muitos países da União Europeia não permitem o cultivo de plantas modificadas, mas é dada luz verde à importação de soja ou milho deste tipo.
No entanto, cada nova variedade tem de passar por um longo e detalhado processo, que pode ultrapassar os sete anos. O United States Trade Representative garante que a demora provoca danos anuais de perto de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) aos agricultores norte-americanos.
A estratégia de aceleração poderá passar por atribuir mais dinheiro à European Food Safety Authority, para que possa contratar mais especialistas. Por outro lado, o caminho dificilmente passará por uma redução dos dados pedidos, já que isso poderia comprometer a segurança dos consumidores.
O artigo foi publicado originalmente em Executive Digest.