A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que celebra hoje 46 anos, prometeu estar atenta às promessas feitas pelo executivo, de modo a que não signifiquem apenas uma “preocupação eleitoral”.
“A CNA manter-se-á atenta à concretização destas promessas para que elas não tenham significado apenas uma ‘preocupação eleitoral’”, assegurou, em comunicado.
Os agricultores voltaram a criticar as medidas “avulso” para dar resposta aos problemas estruturais do setor, como a reversão dos cortes nos ecorregimes, e pediu ao Governo que vá mais longe.
A confederação garantiu não aceitar o que diz ser a discriminação dos baldios nas ajudas da Política Agrícola Comum (PAC), “com a aplicação de um anacrónico coeficiente de redução de 50% nas áreas de pastoreio, que constitui um brutal corte nos rendimentos dos agricultores e compartes”.
Em risco, segundo a CNA, estão milhares de explorações, sobretudo as de pequena e média dimensão.
“Perante crises cada vez mais frequentes, é cada vez mais urgente construir políticas agrícolas que cumpram os desígnios de soberania alimentar, no respeito da Declaração dos Direitos Camponeses e outras Pessoas que Trabalham nas Zonas Rurais que, em Portugal, se cumprirá com a implementação do Estatuto da Agricultura Familiar”, acrescentou.
A CNA aprovou, no início do mês, em Vila Real, um caderno de reclamações dirigido aos órgãos de soberania e partidos.
Os agricultores europeus têm vindo a sair à rua nas últimas semanas, com protestos que já levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a alertar para uma possível subida dos preços, caso estes prossigam.
Em Portugal, os agricultores reclamam a flexibilização da PAC, condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade.