A Comissão Europeia reconheceu hoje que os problemas que afetam a agricultura na União Europeia (UE) são complexos e que os fundos da política agrícola comum (PAC) são insuficientes.
“Não devemos simplificar em excesso a situação que levou os agricultores às ruas, porque os problemas são complexos”, referiu o comissário europeu que tutela o Pacto Ecológico, Maros Sefcovic, num debate sobre a situação do setor agrícola, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).
O comissário e um dos vice-presidentes do executivo comunitário reconheceu que os fundos da PAC “não são suficientes” para lidar com desafios como alterações climáticas, preservação da biodiversidade, choques nos preços e também com mercados competitivos a nível global.
Muitos sentem-se encurralados e pelo facto das suas reivindicações não estão a ser respondidas.
Sefcovic reconheceu que há produtores para os quais “o sistema não está a funcionar”, defendendo a necessidade de encontrar “soluções conjuntas, uma visão comum e encontrar novos consensos”.
O camino, considerou, é através do Diálogo Estratégico recentemente lançado e que junta as partes interessadas num debate sobre o futuro da agricultura na UE.
Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas para exigir a flexibilização da PAC e mais apoios para o setor.
Bruxelas está a preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos ministros da Agricultura da UE em 26 de fevereiro.
Por outro lado, na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, anunciou a retirada da proposta que apontava a redução para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central do Pacto Ecológico, a legislação ambiental da UE, que é também um dos alvos dos protestos dos agricultores.