A empresa britânica Zayndu desenvolveu uma tecnologia de esterilização das sementes através de ‘ar ativo’, sem utilização de químicos. A solução, com base nos testes preliminares, levou a que as colheitas de alface bebé germinassem um dia mais cedo após o tratamento.
“Temos visto alguns resultados surpreendentes, particularmente para culturas como o amaranto, onde as sementes tratadas resultaram em reduções significativas nas infeções, na melhoria das taxas de germinação, no rendimento mais elevado e na redução das perdas”, disse a senior plant scientist na Vertical Future, Katie Wilkins, citada em comunicado.
A tecnologia usa um “plasma frio” gerado quando uma corrente elétrica se move através do ar, dividindo as moléculas de oxigénio e azoto e criando um desinfetante sem resíduos.
“O nosso foco inicial foi remover esporos de fungos das sementes, e isso foi bem-sucedido”, disse o CEO da Zayndu, Ralph Weir. “Observámos então que as sementes tratadas germinavam mais rapidamente e tinham uma maior taxa de sucesso de germinação. Para colheitas como as de minivegetais, onde há um ciclo de 10 dias, uma germinação mais rápida de um ou dois dias terá um enorme impacto na produtividade:”
A empresa está a colaborar com a Vertical Futures e o National Institute of Agricultural Botany (NIAB) no projeto CEA Heirloom Optimization and Pathogen Control of Seed (CHOPS), um projeto financiado pela Innovate UK para criar um sistema de sementes saudáveis e de qualidade.
A agricultura vertical é caracterizada por sistemas fechados, pelo que são vulneráveis à rápida propagação de doenças fúngicas. Para evitar isto, são necessários processos como a limpeza de sementes para remover esporos de fungos.
Para a patologista sénior da NIAB, Jane Thomas, “uma abordagem não química é realmente vantajosa para as explorações verticais. O tratamento do plasma frio de Zayndu é uma boa tecnologia e uma das poucas opções disponíveis para a agricultura vertical”.
Segundo a responsável, “as alternativas são o tratamento da água quente, que pode fazer recuar a germinação de sementes viáveis, ou possivelmente a iluminação ultravioleta, que tem o potencial de danificar a semente”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.