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– 17-06-2008 |
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Sum�rio do Relatério WWF / CEABN "O Sobreiro, uma barreira contra a Desertifica��o"A desertifica��o � um problema crescente no mundo e o seu combate uma missão � escala global. A nível. ambiental, as principais consequ�ncias da desertifica��o são a diminui��o da biodiversidade e o aumento das emissões dos gases de efeito de estufa. Estima-se que 20% das emissões de gases de efeito de estufa a nível. mundial resultem da desflorestação e degrada��o da floresta. Globalmente, as taxas de desflorestação e degrada��o chegam aos 13 milhões de ha por ano (o equivalente ao desaparecimento de cerca de 36 campos de futebol por minuto). Do ponto de vista econ�mico, estima-se que o custo da desertifica��o ronda os 42,3 bili�es de d�lares / ano e que 4,2 bili�es de ha, ou seja 33% da superf�cie terrestre, sejam vulner�veis a processos de desertifica��o. Mais de 2,6 bili�es de pessoas, 38% da popula��o mundial, seráo afectadas pela desertifica��o em mais de 110 países, com especial incid�ncia em �frica. Na regi�o Mediterr�nica, considerada um dos hotspots de biodiversidade, a nível. mundial, a WWF estima que cerca de 300.000 Km2 estáo em risco de desertifica��o, afectando a vida de 16 milhões de pessoas. Portugal � um dos países do sul da Europa mais afectados pela desertifica��o. � em boa parte um efeito das suas condi��es clim�ticas: Ver�es secos e quentes a que acresce um regime de precipita��o torrencial. As zonas mais amea�adas pela desertifica��o são o sul e interior do país, apresentando �ndices de aridez mais elevados e solos com maior risco de erosão. Estas zonas estáo sujeitas a perdas de fertilidade do solo, de produtividade biol�gica e de potencial de produ��o econ�mica e coincidem com as áreas onde se verificam maiores taxas de migra��o das popula��es. Os fen�menos da desertifica��o e despovoamento estáo pois intimamente ligados, permitindo concluir que menores potenciais produtivos provocar�o maiores taxas de migra��o da popula��o rural. Cerca de 1 milh�o e 800 mil ha da floresta portuguesa encontram-se localizados em zonas de grande susceptibilidade � desertifica��o. Nestas áreas, a azinheira e o sobreiro são as principais especies de �rvores ocorrentes. especies arbáreas como o sobreiro, a azinheira e o pinheiro manso, complementadas com o potencial de algumas arbustivas, podem aumentar a produtividade biol�gica e reverter processos de desertifica��o f�sica e de despovoamento rural. O Sobreiro, esp�cie emblem�tica e fundamental na preven��o da desertifica��o em Portugal O sobreiro destaca-se pelo seu elevado valor econ�mico, ambiental e social, ocupando 736.700 hectares do territ�rio nacional. A excel�ncia dos serviços ambientais que presta � ineg�vel: conserva��o dos solos, regula��o do ciclo da �gua, fixação de carbono e conserva��o da biodiversidade. A explora��o da corti�a, por outro lado, � um processo ambientalmente sustent�vel, uma vez que nenhuma �rvore � cortada e somente de 9 em 9 anos � realizado o descorti�amento. Rapinas amea�adas como a �guia de Bonelli e mam�feros como o Lince Ib�rico, o felino mais amea�ado do mundo, t�m nas florestas de sobreiro o seu habitat de elei��o. O sobreiro � a base da economia da corti�a: extraem-se anualmente em Portugal cerca de 140 mil toneladas de corti�a, o que corresponde a cerca de 54% da produ��o mundial do sector. A maior parte da corti�a transformada em Portugal – 68% na produ��o de rolhas – � exportada (90%), representando 2,7% das exporta��es anuais do país. O sector da corti�a engloba 900 empresas transformadoras. Mas existem outros rendimentos gerados pelas florestas de sobreiro, incluindo a pecu�ria, a ca�a, o mel ou os cogumelos. Da economia do sobreiro depende uma parte significativa da popula��o portuguesa. são 12 a 14 mil postos de trabalhos fabris directos, 6500 postos de trabalho na extrac��o florestal e milhares de postos de trabalho indirectos (restaura��o, turismo, etc). O sobreiro � um instrumento fundamental no combate � desertifica��o em Portugal, cabendo-lhe desempenhar um papel decisivo na preven��o da degrada��o dos solos. O montado e os bosques de sobreiro, formando sistemas ecologica e economicamente sustent�veis, funcionam como um importante instrumento de preven��o contra a desertifica��o. De facto, desde que adequadamente geridos, estes sistemas, geram n�veis elevados de biodiversidade (foram identificadas numa área de sobreiro na Serra de Gr�ndola 264 especies de fungos, 50 musgos, 308 plantas vasculares , 140 insectos, 6 especies de peixes, 12 anf�bios, 13 r�pteis, 73 aves e 14 man�feros; rapinas amea�adas como a �guia de Bonelli e mam�feros como o Lince Ib�rico, o felino mais amea�ado do mundo, t�m nas florestas de sobreiro o seu habitat de elei��o); melhoram a matéria org�nica dos solos (ao retirarem os nutrientes de n�veis mais profundos, devolvem-nos ao solo com a queda das folhas, originando solo produtivo); contribuem para a regula��o do ciclo hidrol�gico (ao aumentar os n�veis de matéria org�nica dos solos, contribuem para uma melhor reten��o de �gua, facilitam a sua infiltra��o no solo e diminuem as perdas por escoamento superficial, regulando o ciclo hidrol�gico) e travam o despovoamento (ao contituirem-se como sistemas agro-florestais economicamente vi�veis: extrac��o da corti�a (500 Euros/ha) e outros rendimentos gerados pelas florestas de sobreiro, incluindo a pecu�ria (70 Euros/ha), a ca�a (15Euros/ha), o mel, as plantas arom�ticas e os cogumelos (8 Euros/ha). No caso da reabilita��o de áreas j� degradadas, ou em avan�ado estado de desertifica��o, o sobreiro desempenha igualmente um papel importante, em particular quando associado a outras especies mediterr�nicas, como a azinheira e o pinheiro manso. No actual quadro de altera��es clim�ticas são previs�veis mudan�as significas na cobertura vegetal do país, a m�dio e mesmo a curto prazo. são esses cen�rios de presente-futuro que a WWF e o CEABN avan�am neste relatério. Cen�rio 1 – Travar a desertifica��o promovendo a gestáo adequada do sobreiro O avanão da desertifica��o trava-se promovendo uma gestáo adequada das áreas de sobreiro. A degrada��o destas áreas combate-se através da aplica��o de boas pr�ticas de gestáo que assegurem a regenera��o natural dos povoamentos e que funcionem como protec��o contra pragas e doen�as, assegurando a sustentabilidade do ecossistema. Esta estratégia veicula a travagem da tend�ncia de decréscimo da densidade do sobreiro, prescrevendo-se como medida priorit�ria na estratégia nacional de combate � desertifica��o. Num cen�rio, de gestáo adequada dos povoamentos de sobreiro, prev�-se que em 2020 os n�veis de densidade de 1995 possam ser repostos. Ou seja, apenas 20% dos povoamentos teráo menos de 40 �rvores por hectare e metade dos povoamentos mais de 80 �rvores por hectares. 1.1 Prevenir os efeitos das altera��es clim�ticas concretizando o potencial de expansão do sobreiro O cen�rio de expansão do sobreiro surge como uma estratégia reactiva face a um cen�rio de altera��es clim�ticas irrevers�vel. Dar prioridade � instala��o de sobreiro, acompanhado pelo pinheiro manso e azinheira sempre que adequada – nomeadamente nos supracitados distritos de Beja, �vora, Set�bal, Portalegre e Coimbra – afigura-se como uma medida preventiva adequada ao avanão da fronteira desertifica��o. Neste cen�rio de expansão do sobreiro, numa estratégia de adapta��o da floresta �s altera��es clim�ticas e prevendo-se a manuten��o da actual taxa nacional de esfor�o de arboriza��o de 1%/ano, em 2020 verificar-se-� o aumento em cerca de 20% da actual área de distribui��o do sobreiro, contribuindo para a manuten��o da fronteira da desertifica��o pr�xima dos limites actuais. Cen�rio 2 – Regressão do sobreiro e avanão da desertifica��o Neste cen�rio, de gestáo inadequada dos povoamentos de sobreiro e não concretização do potencial de expansão do sobreiro, prev�-se que em 2020 os indicadores de densidade e de área florestal continuem a regredir. Isto �, 40% dos povoamentos teráo menos de 40 �rvores por hectare, apenas 15% mais de 80 �rvores por hectare e a área florestal regrida 1%/ano, conduzindo ao avanão da desertifica��o a uma taxa superior a 1.000 m/ano. Concluindo: Para um eficaz combate � desertifica��o � essencial utilizar o sobreiro como esp�cie priorit�ria, mantendo a densidade da sua mancha de distribui��o, , que vem decrescendo nos �ltimos anos. O aumento da densidade do sobreiro está intimamente relacionado com a gestáo adequada e eficiente dos povoamentos. Mas se as temperaturas aumentam, o sobreiro terá melhores condi��es para se implantar nos distritos imediatamente a Norte do Tejo. Desta forma, a área de distribui��o do sobreiro pode expandir-se para Norte, uma medida reactiva num cen�rio irrevers�vel de altera��es clim�ticas, prevenindo o avanão da desertifica��o. Assegurar a regenera��o e vitalidade do sobreiro a sul do Tejo e a sua expansão para Norte são as solu��es para o combate � desertifica��o. Pelo contrário, a regressão do sobreiro permitirá o avanão da desertifica��o. A gestáo adequada � o factor que determina em que cen�rio Portugal se encontrar� em 2020. Sem gestáo o cen�rio 2 prevalecer�. Com gestáo o cen�rio 1 vingar�. A gestáo sustent�vel das florestas de sobreiro, segundo um modelo economicamente eficiente, irá beneficiar a conserva��o da biodiversidade e o bem-estar das popula��es, prevenindo os efeitos das altera��es clim�ticas. Propostas WWF / CEABN – um contributo para a concretização do Cen�rio 1 Programa de protec��o integrada contra pragas e doen�as do sobreiro – Adapta��o da floresta �s altera��es clim�ticas Lan�amento de um programa de protec��o integrada contra pragas e doen�as do sobreiro, reconhecendo o alto valor de conserva��o a nível. econ�mico, social e ambiental da esp�cie, mas Também como instrumento fundamental no combate � desertifica��o e adapta��o da floresta �s altera��es clim�ticas. Adoptar a certifica��o FSC para ajudar o combate � desertifica��o Nos territ�rios de maior susceptibilidade � desertifica��o considera-se priorit�ria a expansão da aplica��o da certifica��o florestal FSC (Forest Stewardship Council) dos actuais 6% da floresta portuguesa, para n�veis mais significativos. Mercado do carbono para territ�rios suscept�veis � desertifica��o Desenvolvimento de novos mecanismos de conversão de emissões em cr�ditos de carbono. O prop�sito � criar formas de compensa��o da baixa produtividade dos projectos de sequestro em territ�rios suscept�veis � desertifica��o, tornando-os mais atractivos ao investimento.
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