O secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, destacou a importância da sementeira aérea iniciada hoje na Herdade da Parra, em Silves, para evitar a erosão e estabilizar solos na serra de Monchique após os incêndios de 2018.
O governante falou à agência Lusa após participar no primeiro dia de trabalhos de um avião Dromader para “concretizar a sementeira de 150 hectares na Herdade da Parra, depois dos incêndios de agosto do ano passado” na serra de Monchique, e adiantou que este é a primeira fase de um trabalho que ficará concluído “no outono”.
“A sementeira aérea tem por objetivo a proteção do solo, é feita em área que não tem povoamento florestal, ou seja, é uma zona onde havia mato e onde não há condições para fazer estabilização de forma mecânica”, disse o governante.
Miguel Freitas referiu que a zona em questão é declivosa e que inicialmente se realiza a sementeira da cobertura do solo, com “plantas melhoradoras da estrutura do solo”, para depois se “fazer então uma sementeira arbórea, com medronheiros, sobreiros e ciprestes”, que está prevista para o outono.
“Por outro lado, nesta mesma herdade, na primeira quinzena de março, vamos iniciar o corte de outros 150 hectares, com corte de árvores, o estilhaçamento e a construção de barreiras, também com o mesmo fim de estabilização de emergência”, acrescentou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
O governante observou que isto era o que estava previsto para a Herdade da Parra, por parte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), em matéria de proteção do solo após os incêndios, mas sublinhou que houve “duas condicionantes” para iniciar os trabalhos de sementeira aérea.
As condicionantes foram, “por um lado, a meteorológica, e, por outro, a de disponibilidade do aparelho”, porque só existe “um aparelho em Portugal para fazer esta operação”, tendo sido necessário “encontrar uma janela de oportunidade que conciliasse as duas”.
Miguel Freitas indicou que estes solos são também “muito pobres” e que este tipo de sementeiras também ajuda a enriquecê-los, estando prevista uma verba de 300.000 euros para “os trabalhos de estabilização de emergência” nos 300 hectares da herdade da parra, “200.000 euros para corte e estilhaçamento e 100.000 mil para a parte da sementeira”.
Segundo o Governo, “do ponto de vista da estabilização de emergência para serra de Monchique, estão aprovados 1,4 milhões de euros”.
O responsável salientou a importância de estes trabalhos se realizarem, considerando que “a proteção de solos é um elemento essencial sempre que há incêndios” para “evitar a erosão e melhorar a composição dos solos, com reposição de carbono”.