Os criadores de gado no Alentejo olham com muita apreensão para os meses de verão. A atividade está muito condicionada devido à seca e à falta de alimento para os animais.
Quando é preciso, até à mão se cuidam destes bezerros. Parte da atividade agrícola desta propriedade está dependente do bem-estar dos animais e na produtividade pecuária. Mas os tempos são de enorme incerteza.
José Paulo Espadinha ainda não teve necessidade de reduzir efetivo, mas sabe bem pelas dificuldades que os criadores de gado atravessam devido a dois anos de seca pronunciado no país, sobretudo no Alentejo.
A agricultura vive no fio da navalha. Sem as condições meteorológicas para ajudar, sobem os custos e o setor vai aguentando como pode à espera de melhores dias.
Com o verão à porta, o pior pode ainda não ter passado. Nos campos, não há alimento, nem se consegue armazenar em quantidade. Há muita dificuldade em conseguir fenos e rações e as que existem chegam a preços exorbitante, fazendo atualmente da pecuária uma atividade sujeita a demasiadas variáveis.
Semeia-se apenas na medida possível para recolher algum alimento para o gado. A água também é escassa e só com ajuda divina se podem de vez minimizar os problemas trazidos pela falta de chuva ao território nacional em particular à agricultura.
Os criadores de gado da região de Portalegre estão a vender ou a mandar abater cabeças de gado. A seca e a inflação fizeram disparar os custos de produção e os criadores avisam que em breve os preços da carne podem subir ainda mais.
Segundo a Associação de Agricultores, os leilões de gado são atos cada vez mais concorridos, uma vez que a dificuldade em manter os efetivos no campo é cada vez maior.
A União Europeia poderá disponibilizar 250 milhões de euros para ajudar os agricultores afetados pela seca. O pedido foi feito pela ministra da Agricultura portuguesa, apoiada pelas delegações da Espanha, França e Itália. Maria do Céu Antunes disse que a decisão será tomada em breve.