A albufeira da barragem de Arcossó está com 37% da sua capacidade e os agricultores da veiga de Chaves já cumprem restrições na rega neste território onde as culturas predominantes são a batata e o milho.
São à volta de 3.500 os agricultores que regam a partir da albufeira da barragem de Arcossó, que se situa no concelho de Chaves, no distrito de Vila Real, o qual, segundo fontes oficiais, atingiu um nível de seca extrema.
Este aproveitamento hidroagrícola está incluído na lista de sete, anunciada terça-feira pelo Governo, com restrições para a campanha de rega no país.
No entanto, António Oliveira, da Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves, disse à agência Lusa que os agricultores já cumprem limitações.
Devido ao ano seco, explicou, foi pedido que as sementeiras fossem feitas mais cedo, depois a campanha de rega abriu cerca de duas semanas mais tarde do que nos anos anteriores, em meados de maio, e estão também limitadas as regas de lameiros.
A prioridade é, frisou, para as culturas de milho e de batata, as produções com maior destaque neste território.
António Oliveira disse ainda que, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, este ano a água da albufeira vai ser apenas usada no “bloco 2”, que rega cerca de 680 hectares.
O “bloco 1”, destinado a 970 hectares, é regado pelas águas do rio Tâmega e, depois, também reforçado com a barragem, o que não vai acontecer este ano.
António Oliveira apontou as preocupações dos agricultores por causa do cenário de seca que afeta este concelho do Norte do distrito de Vila Real e se estende praticamente a todo o território nacional.
No ano passado, referiu, a barragem estava por esta altura cheia, enquanto este ano tem apenas 37% da sua capacidade.
“Ela armazena 4,8 milhões de metros cúbicos de água e temos lá à volta de 1,5 milhões de metros cúbicos”, explicou, referindo que a albufeira possui três cotas: a do caudal ecológico, a do abastecimento de água e da destinada à agricultura.
A chuva que tem caído nestes dias tem ajudado às culturas e, segundo António Oliveira, com as restrições aplicadas, espera-se conseguir cumprir a campanha deste ano, que se estende até setembro.
No entanto, advertiu que se as temperaturas aumentarem muito a água pode acabar “lá para agosto”.
O Governo anunciou na terça-feira que vai lançar a partir de julho campanhas de promoção do uso eficiente da água, dirigidas a todos os tipos de consumidores, com reuniões mensais de acompanhamento da situação até final de setembro.