A Rota do Leite e do Queijo, criada há um ano na ilha Terceira, nos Açores, tem vindo a ganhar visibilidade, mas pode ainda crescer em número de explorações e de visitantes, segundo o município de Angra do Heroísmo.
“No fim de semana, dizia-me um agricultor que já não conseguia aceitar todos os pedidos de quem lhe telefonava para visitar a exploração. A rota vai crescendo e o nosso objetivo é que mais empresas de produção de leite entrem para a rota e que consiga ser uma mais-valia para o setor aliar agricultura e turismo”, afirmou, em declarações à Lusa, a vereadora do município de Angra do Heroísmo Fátima Amorim.
A Rota do Leite e do Queijo foi lançada em maio de 2024, por iniciativa do município, em colaboração com a Fundação de Ensino Profissional da Praia da Vitória.
O conceito passava por permitir que os turistas que visitam a ilha Terceira pudessem conhecer o dia-a-dia de uma exploração agrícola e provar o leite e o queijo ali produzidos.
Desde o primeiro dia que a rota abrange oito produtores agrícolas, incluindo dois com queijaria, nos dois concelhos da ilha Terceira (Angra do Heroísmo e Praia da Vitória).
“Somos tão pequenos que estes projetos fazem sentido se forem um projeto de ilha. [Os turistas] podem ir a uma exploração de leite na Praia da Vitória e vir a uma queijaria em Angra do Heroísmo”, explicou Fátima Amorim à Lusa.
O número de produtores não aumentou, mas a lista de empresas de animação turística, que fazem a ponte com as explorações, passou de três para 11 no espaço de um ano, incluindo alguns produtores que decidiram também assumir esse papel.
Sem números exatos das visitas, a vereadora do município de Angra do Heroísmo disse que o projeto “ainda está a dar os primeiros passos”, mas já registou um crescimento significativo na procura.
“É uma rota que vai crescendo de dia para dia. Já tivemos pessoas a vir de outras ilhas para a Terceira e que também visitam a rota. É daqueles projetos que dão gosto a implementar. Tem tudo para dar certo e ser também mais um contributo para o rendimento dos produtores agrícolas”, vincou.
Segundo Fátima Amorim, nem todos os produtores registam o mesmo nível de procura, mas o ‘feedback’ tem sido positivo.
“Eles próprios têm andado pelos hotéis e pelas agências de viagens a promover a sua rota”, realçou.
Este ano, o município divulgou a rota na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), fazendo-se acompanhar pelos produtores.
Criou também pequenos vídeos promocionais, que circulam nas redes sociais, para dar maior visibilidade ao projeto.
“O objetivo é crescer cada vez mais, apresentar novos produtos, porque tem uma parte de experiência na própria exploração, que vai desde o maneio dos animais à gastronomia”, reforçou a autarca.
A entrada de novos produtores agrícolas no projeto exige a entrega de documentação no município de Angra do Heroísmo e a verificação de que a exploração tem condições adequadas e oferece experiências enquadradas no conceito da rota.
As visitas podem ser marcadas, consoante a disponibilidade dos produtores, que continuam a ter de fazer o trabalho agrícola, na página da Internet https://rotadoleiteedoqueijo.pt, onde já se podem ler alguns comentários de quem participou.
“Na página damos a possibilidade de deixarem o seu testemunho da visita e temos tido sempre grandes elogios para os agricultores que recebem o turista”, concluiu Fátima Amorim.