Foram publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) os resultados do recenseamento agrícola de 2019, operação acompanhada pelas estruturas do Ministério da Agricultura durante o processo.
A informação disponibilizada evidencia, para além de uma forte resposta do setor agrícola aos estímulos das políticas, elementos relevantes para analisar as suas dinâmicas na última década, destacando-se:
- Aumento da Superfície total das explorações em mais de 400 mil hectares, ocupando 55,5% da superfície territorial;
- Aumento da Superfície Agrícola Útil (SAU) (+8,1% em relação a 2009), contrariando a ligeira tendência de descida das duas últimas décadas e alterando significativamente a sua composição – decréscimo de 11,6% nas terras aráveis, compensado pelos expressivos aumentos das áreas das culturas permanentes (+24,6%) e das pastagens permanentes (+14,9%);
- Abrandamento dos processos de abandono (diminuição em 4,9% do nº de explorações na última década, enquanto que entre 1999 e 2009 tinham diminuído 26,6%);
- Forte dinâmica do setor, associada às explorações agrícolas de natureza empresarial, tendo-se intensificado a empresarialização da agricultura, com as sociedades a gerirem 1/3 da Superfície Agrícola Utilizada e mais de metade das Cabeças Normais;
Os resultados, cuja análise detalhada será desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, evidenciam a continuação de um processo de restruturação do setor agrícola, reforçando as 3 principais linhas de tendência já identificadas no passado, e associadas a diferentes tipos e agricultura – a extensificação associada ao aumento da superfície de pastagens nas grandes explorações, o abandono associado às explorações de menor dimensão e que aparece atenuado, e ainda o aparecimento de novas explorações com forte vocação para o mercado, elevado potencial produtivo e com sistemas de produção modernos e tecnologicamente diferenciados.
Ver Resultados do Recenseamento Agrícola 2019 – INE
O artigo foi publicado originalmente em GPP.