A propriedade é do século XVIII, mas só em 2013 começou a produzir os primeiros vinhos DOC Douro. Dez anos volvidos, fomos descobrir que novidades tem e que história é esta dos vinhos Quinta da Côrte.
Helena vai enfiando os pés de vinha na terra, com despacho, mas sempre atenta aos detalhes. “Ela não pode ficar com as raízes no ar, tem de pousar, senão tomba. É como nós”, diz a senhora de 59 anos que não perde uma oportunidade para mostrar os seus dotes de cantadeira: “Ai agora é que eu me maneio, eu me maneio, eu me rebolo/ nos braços do meu amor agora é que eu me consolo.”
“A Dona Helena é a alma da festa”, observa Marta Casanova, enóloga e diretora-geral da Quinta da Côrte. No dia 8 de março conduziu, juntamente com Flávio Rodrigues, o seu braço-direito, os trabalhos de plantação de 2.500 pés de Touriga Franca. “Já me sujei toda a atacar a vinha”, ri-se, com as botas salpicadas de terra, enquanto explica o procedimento: “Atacar é encher o buraco com água para aconchegar a planta na terra.”
Plantar uma vinha, independentemente se é no canteiro de casa ou numa propriedade de 26 hectares como a da Quinta da Côrte, ainda é um trabalho manual no Douro. É preciso uma pessoa para sinalizar o local a plantar, medindo a distância entre cada pé de videira, outras duas para irem abrindo os buracos, a dona Helena para acomodar a planta na sua morada nova (e para cantar também) e uma última para atacar, com […]
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