Eduardo Oliveira e Sousa defende que o salário médio não pode ser “canibalizado” pelo salário mínimo, cujo valor, diz, contrariando o Governo, não deveria ser reforçado em tempos de crise.
Já arrancam as negociações para o Orçamento do Estado 2022 (OE 2022), num ano que será marcado pelas eleições autárquicas, que podem mudar o xadrez político. Ao longo deste verão quente o ECO vai ouvir Governo, partidos, parceiros sociais e empresários sobre um Orçamento que ainda não tem aprovação garantida e que está a ser desenhado no meio de uma pandemia. Leia aqui todos os textos e as entrevistas, Rumo ao OE.
Do valor atual do salário mínimo à meta traçada pelo Governo para 2023 vão 85 euros, “esforço” que deverá ser distribuído ao longo dos próximo dois anos. Em entrevista ao ECO, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) diz, contudo, entender que este não é um momento para fazer mexidas no SMN. É uma questão “muito delicada”, defende Oliveira e Sousa, apelando a que o Executivo olhe, antes, para o salário médio.
O representante dos agricultores fala ainda sobre o trabalho temporário — uma das chaves da Agenda do Trabalho Digno que está em discussão na Concertação Social — e garante que se “criou uma ilusão” em torno das explorações de Odemira.
Esta é uma de três partes da entrevista de Eduardo Oliveira e Sousa ao ECO. Nas demais, o líder da CAP fala dos impostos, das medidas extraordinárias criadas em resposta à pandemia, da lei laboral, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da Política Agrícola Comum (PAC).