Esta tarde, os chefes de Estado e de Governo europeus vão reunir-se em Bruxelas para procurarem chegar a um acordo sobre o Orçamento Plurianual da União Europeia para 2021/2027. O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, apresentou uma nova proposta que revê a anterior apresentada pela presidência finlandesa do Conselho da UE.
O que está em causa neste orçamento, como aliás no debate de qualquer orçamento de Estado, é conciliar prioridades políticas com despesa, ou seja mobilizar os recursos necessários para os compromissos políticos. Trata-se de um exercício em que cada Estado-membro precisa de se libertar dos seus egoísmos nacionais. A história tem-nos mostrado que é possível compatibilizar interesses nacionais com interesses europeus.
Na perspetiva do Parlamento Europeu esta nova proposta, tal como está em cima da mesa, é inaceitável. Não tem em conta as posições preconizadas há muito pelo Parlamento Europeu. Não é coerente com a ambição e com os projetos para a Europa para os próximos sete anos: a transição para uma economia neutra em carbono; a transição para o digital; a valorização da dimensão social da Europa e o combate às desigualdades; a promoção do emprego; a segurança dos cidadãos; o papel da Europa como ator global num mundo com focos perturbadores de desregulação e numa economia globalizada.