O primeiro-ministro quer assegurar que a descida do IVA resulta numa efetiva descida dos preços nos supermercados e, por isso, vai reunir-se com produtores e distribuidores. Isto numa altura em que o cabaz de bens essenciais da DECO até registou uma ligeira descida na última semana.
O Governo recuou e decidiu baixar o IVA sobre os alimentos. A ideia de aliviar o imposto é que a comida fique mais barata, mas ainda há muitas dúvidas.
Não se sabe, porém, quanto baixa e em que produtos. Teme-se, até, que diferença acabe no bolso das empresas em vez de beneficiar o consumidor.
O primeiro-ministro António Costa quer reunir-se com produtores e distribuidores para garantir que a medida resulta numa efetiva descida dos preços nos supermercados. Isto numa altura em que o cabaz de bens essenciais da DECO até registou uma ligeira descida na última semana.
Medida é tardia e insuficiente, dizem comerciantes
Para alguns comerciantes esta eventual descida do IVA nos produtos alimentares é tardia e, por si só, não chega para reter os clientes que compram cada vez menos.
No Mercado do Bolhão, no Porto, alguns tentam dosear os preços para não perder clientes, que procuram os alimentos mais baratos.
As dúvidas sobre a eficácia da medida
Há muito que os portugueses esperam medidas do Governo que ponham um travão ao aumento do custo de vida.
Os consumidores manifestam dúvidas em relação à eficácia da diminuição do IVA dos alimentos, ao mesmo tempo que se multiplicam as queixas com os aumentos sucessivos dos produtos do dia-a-dia.
Por isso há quem considere que o Governo devia ir mais longe baixando outros impostos, que não só o IVA.
O primeiro-ministro anunciou esta terça-feira que o seu Governo vai trabalhar com os agentes da cadeia alimentar para garantir uma redução do preço dos bens alimentares, admitindo baixar o IVA.
No debate parlamentar de política geral, António Costa salientou que o Governo e os agentes da cadeia alimentar têm o “objetivo comum” de reduzir e “controlar a inflação sobre os bens alimentares”, reconhecendo que o seu valor está “claramente acima daquilo que é a média da inflação a nível nacional e mesmo acima do que acontece em outros países europeus”.
Segundo o chefe do Executivo, essa redução beneficiaria “efetivamente os consumidores”. Já em resposta a questões colocadas pela bancada do PSD, que o desafiou a clarificar como é que uma redução do IVA nos bens alimentares não será absorvida antes de chegar ao consumidor (como sucedeu em Espanha), o primeiro-ministro salientou que é este ponto que “está a ser trabalhado com o setor da distribuição”.
O primeiro-ministro defendeu que uma redução deste imposto teria “um efeito imediato e não diferido”, como considera ser o caso de uma baixa no IRS, defendida pelos sociais-democratas.
“Estamos neste momento a trabalhar numa tripla dimensão que passa efetivamente por um acordo com a distribuição, mas também com a produção, e que se traduza na redução dos preços e estamos disponíveis para contribuir para esse fim com uma redução do IVA”, explicou.
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