O PSD apresentou um projeto de resolução no parlamento em que recomenda ao Governo a construção do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz e respetivo bloco de rega e a realização de estudos para o de Mourão.
Este projeto de resolução, subscrito por 14 deputados sociais-democratas, entre os quais a parlamentar do partido eleita pelo círculo de Évora, Sónia Ramos, foi divulgado hoje pela comissão política do PSD deste distrito alentejano.
“O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) tem vindo a crescer, adaptando-se às necessidades da região e do país. Porém, urge concluir circuitos que se encontram na proximidade e proporcionar condições adequadas ao desenvolvimento de culturas de regadio”, afirmam os subscritores, no documento.
É o caso do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz, referem, assinalando que o projeto, “já aprovado e desenvolvido pela EDIA [Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva] pretende cobrir uma área agrícola de 10.271 hectares e é fundamental para o desenvolvimento da região”.
Para o PSD, a beneficiação hidroagrícola da área relativa a este circuito, no distrito de Évora, permitiria “um melhor aproveitamento dos solos”.
Além disso, também iria garantir “um aumento da produção agrícola e uma progressiva alteração do modelo cultural”, com “novas culturas ou simplesmente a expansão da atividade já praticada”.
Salientando que Reguengos de Monsaraz caracteriza-se, em termos agrícolas, como uma região “onde predomina a pequena e média propriedade”, os deputados vincam que “o acesso à água para a rega das suas culturas criará condições de sustentabilidade dos sistemas agrícolas locais”.
De outra maneira, argumentam, “muito dificilmente conseguirão competir com outras regiões do país ou do estrangeiro, tendo em conta os mercados abertos da produção agroalimentar”.
“É fundamental realçar a extraordinária importância das culturas agrícolas desta região, como a vinha, o olival e outras”, que “geram riqueza, não só das próprias explorações agrícolas, como também de muitas outras atividades económicas”, sublinham.
Segundo o PSD, “Reguengos de Monsaraz é o centro de uma das regiões vitivinícolas mais importantes do Alentejo e do país”, pelo que a construção do circuito hidráulico “é essencial para a manutenção desta realidade socioeconómica e determinante para impedir o abandono dos terrenos agrícolas”.
Em relação ao projeto de regadio para o vizinho concelho de Mourão, também no distrito de Évora, o PSD aponta a necessidade de “dotar a região do acesso à água de Alqueva” e pede a realização de “estudos que permitam identificar todas as condicionantes e apresentar as soluções e calendarização das várias etapas, de modo a que possam ser facilmente identificadas fontes de financiamento para a sua execução”.
Em março deste ano, quando foi publicada um portaria que autorizou a EDIA a realizar um investimento superior a 88 milhões de euros no Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz e respetivos blocos, a presidente da câmara, Marta Prates (PSD), manifestou à Lusa preocupação com o alegado adiamento da construção do bloco de rega do concelho.
Na altura, a autarca alegou que, pelas suas contas, os 88 milhões de euros constantes nessa portaria não chegavam para a construção do bloco de rega de Reguengos.
O partido Chega também apresentou, em junho, um projeto de resolução a reclamar a construção do bloco de rega de Reguengos de Monsaraz e a realização de estudos para o de Mourão.
O Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz e respetivos blocos, inserido no Programa Nacional de Regadios, beneficia uma área de cerca de 10.273 hectares situados nos concelhos de Reguengos de Monsaraz, Portel, Évora e Viana do Alentejo.
O projeto integra ainda uma segunda fase, para construção do bloco de Reguengos, a qual também está prevista no Programa Nacional de Regadios