Exmos Srs,
A nossa quinta de amoras, em Idanha-a-Nova, onde investimos quase meio milhão de euros, co-financiada pela UE através do programa de jovens agricultores, foi devastada por sucessivas tempestades onde a combinação de ventos superiores a 100km/h e chuva extrema destruíram mais de 90% das estufas que tínhamos recentemente construído, e danificaram também o sistema de sustenção das plantas e rega. É impossível para nós reconstruir a exploração pelos nossos meios quando tínhamos acabado de a construir.
Quando o Sr. Secretário de Estado da Agricultura anunciou no início de Março a abertura de apoios comunitários para a reconstrução das estufas por o mesmo que nos sucedeu ter acontecido também no Algarve, nós pedimos que nos pudéssemos candidatar a esses apoios. Até hoje, e apesar dos nossos sucessivos apelos, nunca obtivemos qualquer resposta.
Apesar de termos provado que enfrentámos ventos quase duas vezes superiores a algumas das freguesias do Algarve que estão a ser apoiadas, acompanhados de precipitação extrema, temos sido ao longo dos últimos dois meses completamente ignorados. Para agravar soubemos que foi aberta uma excepção nos apoios para apoiar uma única exploração em Esposende, no Minho.
Nós compreendíamos se não houvesse apoios. Agora que haja para uns mas não para outros de forma arbitrária isso não podemos aceitar. Não pode haver dois pesos e duas medidas.
A nossa quinta está numa das zonas mais desprivilegiadas do país, investimos nela tudo o que temos, trabalhámos e sofremos imenso para a construir, não merecemos ser ignorados ou que nos digam implicitamente para desistirmos. Isto não é forma de tratar as pessoas, não é forma de tratar nada.
Por isso informámos a Secretaria de Estado da Agricultura que amanhã, segunda feira 30 de Abril, às 16H nos iremos deslocar ao Ministério da Agricultura para falar com o Sr. Secretário de Estado e não vamos sair de lá sem isto estar solucionado nem que fiquemos um mês à porta sem comer.