As conversas de alto nível prosseguem hoje, em Pequim, depois de na terça-feira se terem prolongado até ao final da noite.
Analistas citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, consideraram que a extensão reflete a vontade de ambas as partes de chegarem a um acordo.
Trata-se do primeiro frente-a-frente desde que, no início de dezembro, os Presidentes dos EUA e da China, Donald Trump e Xi Jinping, respetivamente, concordaram uma trégua de 90 dias, para encontrar uma solução.
Os dois países aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um, numa disputa suscitada pela política industrial chinesa.
Na terça-feira, Trump afirmou na rede social Twitter que as negociações com Pequim estão a correr “muito bem”.
Talks with China are going very well!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 8 de janeiro de 2019
O vice-representante do Comércio, Jeffrey Gerrish, lidera a delegação norte-americana, que inclui ainda funcionários dos setores de energia, agricultura e comércio, e do Departamento de Estado e do Tesouro.
Pequim não informou quem lidera a delegação, mas sabe-se que participou numa das reuniões o vice-primeiro-ministro chinês encarregado da política económica, Liu He, num nível de representação mais alto do que o esperado para a primeira ronda de negociações.
De acordo com os termos acordados entre Trump e Xi, Pequim e Washington devem chegar a um acordo definitivo antes do início de março.
Trump suspendeu temporariamente o aumento das taxas alfandegárias, de 10% para 25%, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de bens importados da China.
Pequim reduziu as taxas sobre veículos importados dos EUA e retomou as importações de soja norte-americana, além de ter apresentado um projeto de lei que visa proibir a transferência forçada de tecnologia.
Trump exigiu que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.
Mas o Partido Comunista Chinês está relutante em abdicar dos seus planos, que considera cruciais para elevar o estatuto global do país.