A plataforma VitiGEOSS recorre a imagens de satélite e sensores no terreno para a recolha de dados sobre o clima ou das reservas de água disponíveis e visa uma gestão mais sustentável da vinha, foi hoje anunciado.
“Trata-se de uma plataforma completamente adaptável a regiões diferentes, padrões de crescimento diferentes, e que modela os resultados de acordo com os dados introduzidos por cada viticultor”, afirmou, citado em comunicado, Charles Symington, diretor de produção da Symington Family Estates.
A empresa do Douro é parceira no consórcio europeu que está a desenvolver o VitiGEOSS, que junta três organizações de investigação e tecnologia, uma universidade, uma consultora e três produtores oriundos de Espanha, Itália, Países Baixos e Portugal.
O projeto, que deverá estar concluído em fevereiro de 2024, propõe desenvolver “soluções inovadoras” de gestão da vinha que representam uma melhoria face às soluções existentes ao integrar imagens de satélite com sensores no terreno, aumentando assim a resolução e a fiabilidade da informação obtida via satélite.
“Este é porventura um dos grandes atrativos, ou seja, o elevado grau de customização que nos permite programar a plataforma de modo a privilegiar a recolha de dados relacionados com parâmetros que mais nos possam ser úteis em determinados momentos e em determinados locais”, acrescentou Charles Symington.
Segundo os promotores, o VitiGEOSS será “a primeira plataforma a fornecer serviços integrados para previsões climáticas sazonais, mas também de médio e longo prazo, gestão da vinha, gestão de operações no terreno e monitorização da sustentabilidade”.
E, com as alterações climáticas no topo da agenda, a plataforma pretende dar “um forte contributo na otimização do emprego de recursos escassos como a água”.
Isto porque, ao permitir medições precisas do ‘stress’ hídrico (necessidades de água) das videiras, a plataforma possibilitará a gestão eficaz da rega deficitária, assegurando assim a sustentabilidade da produção de vinho.
O projeto é financiado através do programa de investigação e inovação Horizon 2020, da União Europeia, e recorre aos serviços Europeus de Observação da Terra Opensource (EOS) para integrar as imagens de satélite com sensores no terreno.
Na Symington, as propriedades abrangidas pelo projeto são a Quinta do Ataíde, no vale da Vilariça, e a Quinta do Bomfim, no Pinhão (Alijó), num total de 170 hectares. Nestas quintas foram selecionadas seis parcelas para recolha de dados de maior precisão ou detalhe na vinha e respetiva calibração com as imagens de satélite.
Foi na propriedade do Pinhão que se realizou, a 12 de maio, uma reunião dos parceiros que teve como objetivo debater a digitalização do setor e dar a conhecer as funcionalidades da plataforma VitiGEOSS.