O Município de Proença-a-Nova promoveu, nos meses de janeiro e fevereiro, 16 ações de sensibilização sobre a temática da floresta – proteção de pessoas e bens, tendo a última delas sido dinamizada na localidade de Moitas no dia 17 de fevereiro. Cadastro simplificado, programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, prazos para a limpeza junto aos aglomerados populacionais e coimas associadas ao incumprimento, legislação atualizada para realizar queimas e queimadas e um novo apoio municipal foram os temas abordados nestas sessões que contaram com a presença de representantes dos gabinetes de Proteção Civil e Florestas e do Cadastro do Município, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente e da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR e dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova.
O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, anunciou as linhas gerais do apoio municipal, previsto em orçamento, que está a ser desenvolvido, assente no princípio da cooperação já que incentiva a que todos os proprietários com terrenos na faixa de gestão de combustível de cem metros junto aos aglomerados populacionais se associem. Cumprido esse requisito, a autarquia mobilizará os terrenos não agrícolas e cederá as árvores que melhor se adaptam às condições do solo, depois de efetuado estudo pelo Centro Ciência Viva da Floresta, em parceria com instituições do Ensino Superior. “Não podendo o proprietário ter espécies florestais nesta área de proteção, e tendo que a manter limpa ano após ano, com este apoio passa a ser possível retirar algum rendimento para que, de forma sustentável, se proceda à gestão de combustível, imperativo para a segurança dos aglomerados populacionais”. referiu João Lobo. “Paralelamente a este processo, está a decorrer um outro que pretende dar resposta ao escoamento de produtos frutícolas, aqueles que vão ser privilegiados. A Pinhal Maior está a desenvolver um projeto de agricultura biológica que é ideal para a nossa geografia: nos minifúndios não temos condições para agricultura intensiva e extensiva, mas podem ser utilizados para produção biológica cujos produtos são valorizados em mais 30 a 40%”,
Nesta ação de sensibilização esteve igualmente presente o Comandante Operacional Distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Francisco Peraboa, que destacou o programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, como uma oportunidade para as “comunidades mais afastadas dos grandes centros urbanos serem mais resistentes àquilo que são as novas realidades dos incêndios florestais”. Na sua perspetiva, o espírito de comunidade que se foi perdendo ao longo do tempo é o que está na origem deste programa. “Temos que saber o que fazer durante um incêndio antes dele acontecer”, referiu. Não é só limpar os 50 metros à volta da casa, é saber, por exemplo, o que fazer com os animais domésticos e se as janelas ficam abertas ou fechadas, temas abordados durante as ações de formação deste projeto. A figura do oficial de segurança foi destacada, como a pessoa que conhece quem vive na aldeia e as suas rotinas e que pode ser um importante auxílio às forças de segurança em situações de emergência. “O conhecimento local é que salva as pessoas”, referiu.
Também as recentes alterações que obrigam à comunicação prévia ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas de todas as queimas e queimadas que se realizarem foram abordadas, tendo João Lobo anunciado que será criado um número verde para onde os munícipes podem telefonar para requerer a autorização. Por enquanto, podem contactar o número geral da autarquia (274 670 000), sendo necessário indicar o número de contribuinte, o local e a data de realização da queima ou queimada. i