A produção de vinho na Região Demarcada do Douro estará, na próxima vindima, em linha com a previsão do potencial de colheita de 2023, num intervalo estimado entre as 232 mil e as 264 mil pipas, foi hoje divulgado.
A previsão de produção para a vindima de 2024 foi apresentada pela Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), que tem sede em Vila Real.
“A previsão para esta vindima tem potencial produtivo à floração de 232 a 264 mil pipas que, tendo em contas as condições favoráveis ocorridas até ao momento, poderá situar-se no intervalo superior, em linha com os valores da colheita do ano passado”, afirmou aos jornalistas o diretor-geral da ADVID, Luís Marcos.
A estimativa da ADVID aponta para um intervalo que vai desde uma produção mínima de 232 mil pipas ao máximo de 264 mil pipas, com um valor médio de 248 mil pipas de vinho.
O responsável alertou para o facto de terem sido reportadas algumas “situações de escaldão” em castas mais sensíveis nos últimos 15 dias, em função do aumento de temperatura.
“Apesar de alguns episódios isolados do ponto de vista climático, que não afetaram tão especificamente a Região Demarcada do Douro, foi um ano favorável, tivemos um inverno chuvoso, ligeiramente quente em alguns meses, e um início de primavera em que choveu acima da normal climatológica. Isto representa, à partida, um ciclo em que a água não foi fator limitante ao desenvolvimento das videiras”, vincou o responsável.
Também a fertilidade das videiras foi boa, o que significa que existem muitos cachos por videira, dado que “o período de floração decorreu com boas condições para o vingamento dos frutos, [apesar] de alguns episódios de precipitação registados em maio”.
Do ponto de vista fitossanitário, Luís Marcos adiantou não haver “assunto de maior a assinalar”, apesar de as chuvas do mês de junho terem contribuído para alguns episódios de míldio tardio na sub-região do Baixo Corgo, sem “impacto alargado a toda a região”.
As previsões da ADVID são baseadas no método de pólen recolhido na fase de floração da videira nas três sub-regiões do Douro – Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior – e, por isso, não têm em consideração os fatores pós-florais, que podem alterar o potencial de colheita, como, por exemplo vagas de calor ou doenças que afetam a vinha.
Segundo Luís Marcos, a cerca de mês e meio do arranque da vindima, as plantas ainda se encontram em conforto hídrico.
“Ainda temos um mês e meio de verão, vamos ver como é que a situação evoluiu, mas estamos em crer que a previsão de produção poderá estar no intervalo superior à média, um pouco em linha com a colheita do ano passado, que foram cerca de 255 mil pipas”, vincou.
Questionado se prevê um bom ano para produção de vinho na Região Demarcada do Douro, Luís Marcos alertou para os “problemas de existência de vinho”.
“É um ano em que se prevê um potencial de colheita favorável para a produção, num contexto em que existem problemas de existência de vinho que terão de ser geridas pelos representantes de diversas profissões, o comércio e a produção, e o conselho interprofissional Instituto dos Vinhos do Douro e Porto [IVDP]”, afiançou o responsável.