A produção de pêssego foi essencialmente determinada pelas condições climatéricas atípicas que afectaram os pomares do interior Centro. região que produz cerca de metade da produção nacional deste fruto. Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) estimam uma produção de 32 mil toneladas (menos 25% face a 2019 e menos 22% face à média do último quinquénio).
Diz o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2020 que, no final de Maio, a queda de granizo deixou muitos frutos marcados na epiderme e polpa, sem condições de poderem ser comercializados para consumo em fresco.
Apenas a partir da primeira semana de Julho, com a possibilidade de entrega destes frutos na indústria transformadora, se deixou de destruir o refugo dos frutos colhidos (sendo que as nectarinas e os pêssegos de polpa rosa/vermelha continuaram a ser rejeitados pela indústria e, consequentemente, a ser destruídos).
Setembro quente
Acrescenta o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2020 que o mês de Setembro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente em relação à temperatura do ar e normal quanto à precipitação. O valor médio da temperatura, 21,3º C, foi 1,1º C superior à normal 1971-2000, sendo que foram as temperaturas registadas durante a primeira quinzena do mês que contribuíram para esta anomalia.
De referir que entre os dias 2 e 13 ocorreu uma onda de calor em alguns locais do Centro. Quanto à precipitação média, 36,3 mm, foi ligeiramente inferior à normal 1971-2000 (42,1 mm). Esta precipitação ocorreu principalmente entre os dias 17 e 19, associada à passagem da tempestade subtropical Alpha.
No que diz respeito às charcas e albufeiras de pequena dimensão as disponibilidades de água continuaram a diminuir ao longo do mês, quer pelo consumo quer pelas perdas por evaporação, encontrando-se a um nível de armazenamento inferior ao normal.
O artigo foi publicado originalmente em Agricultura e Mar.