O presidente da CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, escreveu para o jornal Público [P3] a propósito da decisão da Universidade de Coimbra de retirar a carne de vaca das 14 cantinas da universidade. E garante que “sem agricultura e sem vacas não se combatem as alterações climáticas”.
“A agricultura é indispensável à vida humana e ao desenvolvimento das sociedades. É assim há milénios”, diz Eduardo Oliveira e Sousa.
Para o presidente da CAP, “a defesa da agricultura e do mundo rural é a defesa do nosso planeta. Eliminar a bovinicultura em Portugal não é solução para a emergência climática. Pelo contrário. A bovinicultura nacional, pelas características do seu modelo de exploração, faz parte da solução ambiental”.
Argumentos técnicos
Ao longo do texto, Eduardo Oliveira e Sousa apresenta argumentos técnicos que explicam a perplexidade com que a CAP ouviu a decisão do reitor da Universidade de Coimbra, que classifica de errada.
Sem agricultura e sem agricultores será impossível atingir os objectivos preconizados no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, pois é a actividade desenvolvida pelo ser humano que mais contribui para a captura de gases com efeito estufa (GEE), especialmente no contexto português, tão marcado por um sistema de produção animal que acontece maioritariamente em regime extensivo.
“Não comer carne de vaca por questões alimentares é uma opção e, por isso, deve ser respeitada. Não comer carne de vaca para mitigar as alterações climáticas é outra coisa — e, neste caso, é um erro”, salienta Eduardo Oliveira e Sousa.
A bovinicultura em Portugal decorre maioritariamente em pastagens extensivas biodiversas nas zonas de montado, um ecossistema importantíssimo que tem de ser preservado e expandido, sobretudo por ser uma paisagem em desgaste acelerado, devido ao processo de desertificação em curso.
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Agricultura e Mar Actual