As 1.318 candidaturas apresentadas este ano às cinco categorias a concurso representaram um aumento de 44% face à edição de 2020. A categoria de Agricultura Sustentável foi a que recebeu o maior número de candidaturas (703), repartindo-se as restantes candidaturas pelas categorias de Jovem Agricultor; Empresário em Nome Individual; Agricultura Digital; e Agricultura Exportadora. Estes são os vencedores e as menções honrosas da edição deste ano.
Vencedor Jovens Agricultores
Inovação no feminino
No final da sua formação académica, com uma licenciatura em Ciências e Tecnologia do Ambiente pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Marta Carvalho desenvolveu um interesse pela promoção dos produtos da floresta, nomeadamente pelos cogumelos. Na sequência da licenciatura, frequentou uma pós-graduação em Engenharia Florestal pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e fez várias formações em Agricultura Sustentável, Gestão da Empresa Agrícola, Nutrição e Proteção das Plantas, Cultura do Limão, entre outras. Sempre com a ideia de “dignificar o papel da mulher na agricultura, tantas vezes injustamente esquecido”.
Em 2018, na Incubadora de Base Rural de Guimarães, conheceu vários empresários agrícolas e os seus negócios e teve oportunidade de desenvolver o plano de negócios do que viria a ser a Quinta do Pulo, um projeto empresarial de produção de cogumelos shiitake e de limões. Com um projeto PDR2020 aprovado, no início de 2021 começou a instalação do projeto no terreno com a preparação da estufa de produção de cogumelos exclusivamente em troncos de carvalho. A produção de limão destina-se a rentabilizar o terreno dedicado a exploração agrícola. Atualmente, está em preparação a produção e venda de cogumelos no final do período de incubação da madeira em que crescem os cogumelos.
A Quinta do Pulo é uma produção biológica com uma dimensão clara de sustentabilidade através da manutenção de corredores ecológicos, construção de abrigos de insetos e pássaros e o uso de flores melíferas como enrelvamento. Está prevista a instalação de sistemas digitais de controlo da produção e o desenvolvimento de produtos com maior “tempo de prateleira” a partir da produção de cogumelos e de limões.
Menção Honrosa: Gonçalo Rocha
Um projeto de reconversão de 1,6 hectares para cerejeiras intensivas e 0,2 hectares para castanheiros híbridos, tudo em regime de regadio com sistema gota a gota. Um projeto motivado pela necessidade de aumentar a produtividade e a competitividade de uma produção de qualidade.
Vencedor Empresários em Nome Individual
Este projeto nasceu da vontade de Ferdinando de Freitas e da sua esposa de reavivar a exploração agrícola da Quinta de Torre de Bera, situada na freguesia de Almalaguês, e que ao longo de mais de 200 anos tem registado atividade agropecuária.
Com uma licenciatura em Biologia, um mestrado em Microbiologia Médica e um doutoramento em Ciências Veterinárias, o empresário começou por um período de estudo em que investigou diversas culturas, analisou os solos e recolheu informação sobre distribuição e mercados. Em consequência desta análise, a escolha deste empresário acabou por recair sobre o figo-da-índia.
Assim, em 2017, Ferdinando de Freitas lançou os pomares de figo-da-índia em modo biológico, com um objetivo de produção de 75 toneladas de fruta para 2023. O figo-da-índia é uma cultura emergente, resistente, com baixas necessidades hídricas e com um potencial nutritivo muito interessante. Trata-se de um projeto com uma aposta clara na fruta fresca para o mercado nacional e internacional (cerca de 90% da produção é para exportação).
Neste contexto, a Quinta da Torre de Bera está também apostada na criação de valor com vários projetos de desenvolvimento de produtos derivados do figo-da-índia, nos quais se incluem cervejas, aguardente, “topping” para […]