Se os insetos começarem a surgir nas ementas dos restaurantes e a sua presença nas prateleiras dos supermercados aumentar, mais de 65% dos portugueses não os comeriam. O consumo de insetos inteiros é aquele que mais nos assusta.
“Adoro snacks de insetos”, garante ao i Elisabete Castanheira, de 46 anos, natural de Almada. Ângela Gouveia, professora, que vive exatamente na mesma cidade, também não sente repugnância: “Já comprei barras de chocolate de insetos para oferecer e quem provou adorou! Eu ia trincar uma quando li que devemos evitá-las em caso de alergia a marisco. O preço é elevado, o que é uma desvantagem. É uma alternativa à carne e ao peixe e uma tentativa de reduzir o impacto ambiental: tudo bem, mas eu adoro um lombo assado!”, brinca. As duas alinham-se com Ana Teixeira, de Sintra. “Numa prova dos 5 sentidos, eu e o meu marido estávamos vendados e, sem sabermos, provámos grilos. Só soubemos depois na explicação que foi dada pelo staff que estava a organizar tudo”, garante.
Mas são exceções. A_maioria ainda é avessa, ou pelo menos não aprecia especialmente insetos. Mesmo que reconheçam a importância das alternativas à proteína animal. “Adoro experimentá-las. Os substitutos da alheira, dos queijos curados e para barrar, das salsichas, dos nuggets, dos hambúrgueres, do atum, da pastelaria tradicional”, exemplifica Patrícia Santos, que segue uma alimentação 100% vegetal.
Inês, diretora artística que reside em Atouguia da Baleia, clarificou:_“Sou flexitariana, mas não como carne nem bebo leite diretamente (como outros laticínios). Gosto muito da comida sazonal, local e se conseguir criada por mim. De resto, opções menos ambientalmente corretas, como sementes de chia e de girassol… Para o meu corpo, comer sementes e frutos secos é aquilo que mais o equilibra”, acrescenta. “Comi o primeiro hambúrguer da Beyond Meat este mês e achei que era bom, mas extremamente salgado, o que me lembrou imediatamente do sabor horrível do bacon. Tal como todos os substitutos, penso que continuarão a existir, mas para mim não são opção”.
“Insetos são animais. Como é que alguém que não come animais vai comer insetos?”, questiona Sílvia Neves, de Lisboa. “Essa, com certeza, não é a comida do futuro de alguém com dois dedos de testa. Essa era a comida do passado quando não havia nada. Hoje em dia, é para as empresas terem muito lucro a vender larvas e afins e para uns tontos comerem mais bichos… Essa conversa da comida do futuro ultrapassa-me”, sublinha. Está em sintonia com opiniões como “Espero não estar cá quando se comerem insetos com fartura”, “Quem come comida vegetal, como eu, não come insetos! Ou seja, não come animais!”, “Faço a maior parte das refeições vegetarianas, mas não me convidem para comer insetos” ou “Os insetos talvez […]
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