“O sector agrícola tem de ser desígnio nacional”, diz Idalino Leão, que lamenta que não se tenha sabido atrair pessoas para uma área fundamental. Já são menos de 4% os agricultores com menos de 40 anos no país.
Há um problema geracional no país, com Portugal a subir a um ritmo assustador na tabela dos países mais envelhecidos da Europa – com uma média etária de 45,8 anos, ficamos apenas atrás de Itália e Alemanha. Mas esse défice de jovens impacta de forma mais violenta alguns sectores que têm estado arredados das atenções de quem desenha as políticas públicas. É o caso da agricultura, que tem perdido capacidade de atrair pessoas, com consequências graves para um sector que está na base da alimentação dos portugueses.
Com os custos a aumentarem brutalmente e a ausência de uma estratégia nacional que garanta estabilidade e previsibilidade, 200 explorações agrícolas fecharam só no último ano. “Estamos a perder a um ritmo de 10% dos negócios ao ano e isso traduz-se em muitas famílias” a deixarem o mundo rural, lamenta Idalino Leão. “A incapacidade de atrair jovens para o sector é o maior falhanço da PAC (Política Agrícola Comum). Já só 4% dos agricultores no país têm menos de 40 anos. Como estaremos daqui a uma década?”, questiona o presidente da Agros (União de Cooperativas de Produtores de Leite). […]
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