A ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente, vem pronunciar-se publicamente na sequência da notícia recente sobre a interrupção de atividade numa unidade industrial da The Navigator Company”, motivada, segundo a empresa, pela escassez de madeira no mercado nacional e pelo elevado custo da sua importação.
Este episódio, com impacto significativo no setor, traz para a agenda pública um tema que a ANEFA tem vindo a acompanhar com atenção e preocupação: a necessidade urgente de reforçar a produção nacional de madeira através de uma política que valorize de forma justa a matéria-prima florestal produzida em Portugal.
A situação atual não resulta da falta de potencial produtivo da floresta portuguesa, mas sim de um modelo que, ao longo de anos, tem condicionado a gestão ativa e a viabilidade económica dos produtores florestais. A manutenção de preços pagos à produção sem atualização proporcional dos custos de produção, tem tido consequências diretas:
• Sub-exploração e abandono de grandes fireas produtivas;
• Redução da produtividade florestal;
• Aumento do risco de incêndio e degradação do território.
É legítimo, por isso, questionar:
Qual seria hoje a disponibilidade de madeira no território se os preços pagos tivessem incentivado, de forma continuada, a gestão e reabilitação dos povoamentos? Quantas das atuais importações poderiam ser substituídas por produção nacional, com vantagens para a economia, para a floresta e para a segurança do território?
A ANEFA defende que uma política de preços mais justa e previsível teria efeitos imediatos na motivação dos produtores, na recuperação de áreas abandonadas, no reforço da produtividade
e, por consequência, na proporção da madeira nacional no abastecimento das indústrias – sem acréscimo de custo global para o setor, mas com ganhos concretos para a economia nacional e local.
É tempo de recentrar o debate da sustentabilidade da fileira florestal, integrando não apenas os objetivos industriais e ambientais, mas também a viabilidade económica dos produtores, cuja permanência ativa é condição essencial para o equilíbrio da floresta e do território.
Fonte: ANEFA














































