A ANP – Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha apresenta a informação recolhida juntos dos seus Associados relativamente à quantidade colhida em 2023 e composição em termos de calibres.
A colheita de Pera Rocha dos Associados da ANP1 em 2023 foi de 107 111 toneladas, o que representa uma diminuição de cerca de 16 563 toneladas relativamente a 2022 e de 109 279 toneladas relativamente a 2021 traduzindo-se, respetivamente, numa quebra de 13% (2022) e de 51% (2021).
Estima-se que a produção dos Associados da ANP corresponda a 89% do total da Produção Nacional, apontando-se para cerca de 120 mil toneladas o total de Pera Rocha colhida a nível nacional em 2023 (Associados e Não Associados da ANP).
Produção total de Pera Rocha recebida pelos Associados e produção total nacional estimada, com representatividade de associados da ANP de 86% até 2019 e de 89% a partir de 2020. Dados fornecidos pelos Associados da ANP.
Relativamente à composição do volume colhido em termos de calibres, estima-se semelhante distribuição entre calibres inferiores a 60 mm (51%) e superiores a 60mm (49%). Representando uma ligeira melhoria relativamente a 2022, fica aquém do registado em 2021, ano em que mais de 63% dos frutos teve calibre superior a 60 mm. Relativamente às peras com menos de 55 mm, prevê-se que em 2023 representem 22% do total.
Relativamente à quantidade colhida na presente campanha, trata-se do segundo pior ano desde 2010 da Pera Rocha, sendo que apenas em 2012 foi registado volume de colheita inferior. Esta quebra explica-se pelas condições climáticas adversas em vários momentos determinantes do ciclo produtivo, que resultaram na diminuição do número e calibre dos frutos e potenciaram a elevada incidência de doenças, culminando com o escaldão na primeira semana de agosto. A diminuição das substâncias ativas autorizadas no combate a pragas e doenças tem constituído um desafio adicional, à semelhança do que se verifica noutras culturas e noutros países da Europa.
Desta situação de dois anos consecutivos de quebra na produção resulta uma enorme pressão na sustentabilidade do setor, que se reflete na potencial perda de rendimento de todos os envolvidos na cadeia, e que terá de ter reflexo ao nível dos preços praticados, sob pena de não existirem meios para suportar uma nova campanha.
Recorde-se o papel que a Pera Rocha desempenha na oferta de frutos frescos: a nível nacional, quando é possível ter uma colheita normal, tem a capacidade de fornecer os portugueses durante a maior parte do ano; no mercado externo está no top cinco da exportação de fruta nacional há vários anos.
Apesar da menor quantidade de fruta disponível, o setor permanece empenhado na valorização da Pera Rocha e em especial da marca coletiva Rocha do Oeste, fornecendo frutos de excelente qualidade e segurança alimentar aos consumidores no mercado nacional e no mercado externo. A Associação e os seus Associados estão também a trabalhar na procura de soluções para ultrapassar os desafios atuais e futuros, contando nesse processo com a Administração Central e Local e demais entidades ligadas à Pera Rocha do Oeste.
Fonte: ANP