Teresa Morais considera um “erro” o Parlamento ter prescindido de um inquérito sobre Pedrógão Grande
A deputada do PSD Teresa Morais criticou o Parlamento (e indirectamente o seu partido) por ter desenvolvido uma acção “manifestamente insuficiente” sobre a tragédia de Pedrógão Grande e a de outros incêndios florestais que se seguiram.
Numa declaração de voto sobre a proposta de instituir o dia 17 de Junho como o Dia em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais, a ex-vice-presidente do PSD disse não querer quebrar o consenso e votou a favor mas considerou que o projecto de resolução (aprovado por unanimidade) não ser mais do que um “acto simbólico”.
“O Parlamento errou quando prescindiu de constituir uma comissão de inquérito que apurasse todas as responsabilidades políticas e todas as falhas das entidades públicas envolvidas”, escreveu a deputada. Teresa Morais não o referiu, mas foi o PSD (ainda sob a liderança de Passos Coelho) que propôs a criação de uma comissão técnica independente – e não uma comissão parlamentar de inquérito – para apurar o que se passou com o incêndio de 17 de Junho que provocou a morte a 66 pessoas. A proposta foi aprovada com os votos do PS, PS, BE e CDS. PCP votou contra. PEV e PAN abstiveram-se.
A deputada social-democrata considerou que “a tragédia de Pedrógão e todas as que se seguiram, revelando a incapacidade dos poderes públicos de aprenderem com os seus próprios erros, não pode valer menos do que a situação financeira de um banco ou as rendas excessivas no sector energético”, duas matérias que foram alvos de comissões de inquérito, que têm poderes de investigação judicial.
O projecto de resolução que recomenda a instituição do Dia da Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais foi proposto pelo Presidente da Assembleia da República e aprovado por unanimidade na semana passada.