População vive em sobressalto com falta de limpeza em zonas que os grandes incêndios de 2017 percorreram. O poder local diz não ter meios para atacar o problema.
O monumento às vítimas dos incêndios de 2017 foi aberto ao público na passada quinta-feira sem pompa nem circunstância. Ao seu redor há floresta que em seis anos voltou a crescer de tal forma que já quase esconde os sinais do incêndio devastador que por lá passou, ceifando dezenas de vidas.
Com este cenário tem também aumentado a preocupação de quem vive na região, até porque o problema verifica-se também junto às povoações.
“O que se verifica é que as aldeias deveriam já ter sido intervencionadas, a questão da faixa dos 100 metros para nós é muito importante para criar aqui ‘zonas tampão’. E também para não criar o pânico porque o que fez com que as pessoas saíssem de casa há seis anos foi o pânico, não verem nada nem ouvirem nada. E as árvores próximas da povoação são algo que queremos combater para criar mais segurança para a população”, alerta Dina Duarte, presidente da Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande.
O problema é de Pedrógão Grande e de concelhos vizinhos, mas também de tantos outros concelhos do País, maioritariamente no Interior, onde pouco ou nada se fez em relação à floresta. Vê-se nas estradas, juntos às povoações, mas também quase colado às empresas, mesmo as que viram as chamas destruir tudo em 2017.
O poder local – câmaras e juntas de freguesia – diz não ter nem meios humanos, nem financeiros para atacar o problema, acrescentando que não basta legislação e prazos para garantir que as limpezas são feitas.