O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, alertou hoje para os “problemas de fundo” do setor agrícola, considerando que a “resposta imediata e teórica” do Governo, de um apoio extraordinário, não resolve.
“Não sei se chegaram as palavras [da ministra da Agricultura], sei que não chegarão apenas as promessas, porque confrontámo-nos nesses dias com uma grande ação, e justa ação de reivindicação, dos agricultores um pouco por todo o país, com uma expressão concreta também aqui [em Lamego]”, assumiu Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP falava sobre o protesto dos agricultores em todo o país no início deste mês, à chegada a Lamego, para um contacto com a população e apresentação do cabeça de lista do PCP pelo círculo eleitoral do distrito de Viseu, o lamecense Alexandre Hoffmann Castela. Em Lamego, juntaram-se, no dia 02, cerca de 120 veículos agrícolas, dirigidos por fruticultores, para cortar o acesso à A24.
Paulo Raimundo lembrou que os apoios extraordinários de 500 milhões de euros anunciados pelo Governo “ainda não se concretizaram”.
“Corresponderam a umas necessidades imediatas dos agricultores e em função dessa resposta imediata, até agora teórica, há naturalmente um acalmar destas questões”, sublinhou.
Mas isso, continuou, “não resolveu as questões de fundo e não serão esses 500 milhões de euros que vão resolver essas questões de fundo”, disse, apesar de reconhecer que “há uma resposta ao problema” dos agricultores,
“Da mesma forma que houve uma resposta a esse problema em concreto, nós achamos que o Governo tinha todas as condições para também, no que diz respeito às forças de segurança, ter aberto caminhos para a resolução dos problemas”, defendeu.
Paulo Raimundo disse ainda que “não foi essa a opção do Governo” e, nesta altura de pré-campanha, depois de dias de protestos, nomeadamente das forças de segurança, continua-se “sem nenhuma perspetiva de resolução” do problema.