A porta-voz do PAN defendeu hoje no Cadaval que o Estado deve investir mais na conservação das espécies e na criação de uma rede nacional centros de recolha de animais selvagens, em vez de se demitir da sua responsabilidade.
“Estes centros de recuperação têm um importante papel naquilo que é o acolhimento, tratamento e devolução dos animais. O não haver um financiamento suficiente para alimentar e tratar os animais replica-se em todo o país e temos defendido que quer o fundo ambiental tem que dedicar mais verbas a estes projetos, quer o próprio Orçamento de Estado”, afirmou Inês Sousa Real no fim de uma visita ao Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) do Montejunto, no Dia Mundial do Ambiente.
O PAN defendeu a existência de uma rede nacional de centros de recolha de animais, tanto selvagens como animais de companhia.
“Não faz sentido que não seja o Estado a, de alguma forma, ter a gestão destes tipos de centros, sem prejuízo de poder ser protocolado com outras entidades”, explicou a porta-voz.
“Se tivermos centros especializados em determinadas espécies, é mais fácil depois encaminhar os animais, porque a grande lacuna está precisamente naquilo que é o encaminhamento dos animais e o destino que lhes é dado”, identificou.
Para o PAN, estes centros também seriam importantes para dar destino aos animais encontrados em cativeiro ilegal.
Ao abordar a problemática dos animais que não podem ser devolvidos ao meio natural depois de tratados, Inês Sousa Real vincou também a necessidade destes “santuários para que estes animais não tenham de ser eutanasiados, porque se o animal não estiver em condições de ser devolvido ao meio natural, muitas vezes a opção é a eutanásia e, para o PAN, esse não pode ser o caminho”.
“Parece-nos que o Estado não se deveria demitir desta responsabilidade. Está a deixar neste momento para as organizações não-governamentais, assembleias de freguesia ou câmaras municipais, que também têm muitas vezes recursos já de si escassos”, alertou.
A dirigente do PAN deu como exemplos o CRAS do Montejunto, uma parceria entre a associação ambiental Quercus e a Junta de Freguesia do Vilar, no concelho do Cadaval, ou o CRAS de Lisboa, que é gerido e financiado pela Câmara de Lisboa, apesar de receber animais de todo o país.