
Phil Hogan, Member of the EC in charge of Agriculture and Rural Development poses for an official portrait.
Tal como muitos países europeus, Portugal tem um problema crescente de saúde social: obesidade infantil. Melhorar a saúde e o bem-estar dos nossos cidadãos mais jovens requer uma abordagem política multidisciplinar: mais programas para promover um estilo de vida saudável e ativo; Sistemas para melhorar a consciencialização de pais e professores; E precisamos de começar pelo bloco mais fundamental do “ser saudável” – a alimentação!
Dados do Sistema Europeu de Vigilância Nutricional Infantil indicam que mais de 90 por cento das crianças portuguesas consomem fast food, doces e refrigerantes pelo menos quatro vezes por semana. Menos de 1 por cento das crianças bebe água todos os dias e apenas 2 por cento come frutas frescas diariamente.
Esta tendência aumenta a cada ano e, por isso, é essencial educar para a alimentação saudável e promover o seu consumo desde a idade mais jovem possível. Nada melhor que as escolas, que funcionam como segundas casas das crianças, para reforçar a importância da boa nutrição.
A maioria das cantinas escolares já possui uma oferta nutricional de alta qualidade mas, para causar um impacto real na saúde dos nossos filhos, precisamos de apoiar ainda mais os seus esforços.
Assim, no ano letivo 2017-18, entrará em vigor um novo sistema de distribuição de fruta, vegetais e leite em todas as escolas da União Europeia. Além de promover hábitos alimentares saudáveis entre as crianças, inclui também programas educativos para ensinar aos alunos a importância de uma boa nutrição e o modo como os agricultores produzem os nossos alimentos. Isto terá um impacto direto e positivo na saúde dos nossos cidadãos mais jovens e irá encorajá-los a fazer escolhas mais conscientes e saudáveis à medida que crescem.
Os Estados-Membros terão flexibilidade para decidir o modo de implementar este sistema e poderão complementar a ajuda da UE com financiamento nacional. A escolha de produtos baseia-se em considerações de saúde, ambientais, de sazonalidade, variedade e disponibilidade, dando-se prioridade à produção europeia.
Os Estados-Membros podem, ainda, encorajar a aquisição de produtos locais ou regionais, produtos biológicos, produtos distribuídos através de cadeias curtas de abastecimento alimentar, ou de regimes agrícolas de qualidade, como designações de origem protegidas (DOP).
Dos 250 milhões de euros do financiamento da UE para o ano letivo de 2017-2018, cerca de 150 milhões serão atribuídos para fruta e vegetais e 100 milhões para leite. No ano passado, cerca de 20 milhões de crianças beneficiaram do programa de distribuição de leite e 11,7 milhões beneficiaram do programa de distribuição de fruta e vegetais. Portugal receberá 3,28 milhões de euros para a fruta e vegetais e 2,2 milhões para lacticínios. Tenho esperança e confiança de que este importante sistema, apoiado por investimentos significativos da UE, terá um impacto decisivo na saúde dos nossos filhos.
Com as novas regras, esperamos alcançar uma maior eficiência, um apoio mais focalizado e um reforço da dimensão educativa. E estas sugestões não são apenas aplicáveis nas escolas.
A alimentação saudável começa em casa e reproduz-se nas lancheiras das crianças. Os nossos filhos merecem começar a vida da melhor forma possível e um estilo de vida saudável e nutritivo, desfrutando dos alimentos e de atividades físicas de boa qualidade, é a melhor forma de garantir isso.
Este sistema demonstra o valor acrescentado de trabalhar em conjunto na Europa em prol de todos os nossos cidadãos, incluindo os mais jovens.