A cena passou-se no Saltadouro, zona arborizada de Tavarede, durante o último grande incêndio florestal no concelho da Figueira, foi em 2005. As chamas aproximavam se de uma casa cercada de mato e pinheiros. À volta da casa, uma infinidade de materiais combustíveis (plásticos, veículos) e botijas de gás. Os habitantes da casa estavam de “cabeça perdida”, sem saber o que fazer. Felizmente, os bombeiros chegaram a tempo de apagar as chamas que se aproximavam.
Nessa altura, apercebi-me que as pessoas que moram nesta situação, rodeadas de floresta, não estão informadas nem preparadas para uma situação de incêndio. Nunca ninguém lhes ensinou o que fazer em caso de incêndio, não têm um plano básico de emergência. Será que hoje estamos mais bem preparados e as populações mais vulneráveis tiveram formação? Ou continua tudo na mesma?
O professor Xavier Viegas (Universidade de Coimbra) faz investigação sobre incêndios florestais. Escreveu o livro “Cercados pelo fogo”, que conta a trágica “história” das pessoas, entre bombeiros e populares, que sucumbiram durante incêndios florestais. Impressiona a quantidade de gente que morreu por não saber o que fazer em caso de incêndio. “Permanecer dentro de casa é sempre a melhor opção. Janelas e portas fechadas.”
Termino com uma nota positiva: “As alterações propostas pelos munícipes para as zonas abrangidas pela Carta de Incêndios foram todas rejeitadas”, na revisão do PDM. Haja bom senso!