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– 30-05-2008 |
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OCDE / FAO: Pre�os dos produtos b�sicos agr�colas v�o permanecer altos
Os pre�os dos produtos b�sicos agr�colas dever�o baixar relativamente aos recentes pre�os recorde, mas nos próximos dez anos espera-se que a sua média se situe muito acima dos n�veis m�dios da última d�cada, segundo o �ltimo relatério Perspectivas sobre a Agricultura 2008-2017 elaborado pela Organiza��o de Coopera��o e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Agricultura e a Alimenta��o (FAO). Esta d�cima quarta edição das Perspectivas sobre a Agricultura anual � e a quarta preparada em conjunto com o FAO � fornece uma aprecia��o sobre as expectativas do mercado agr�cola baseada em previs�es que se estendem a 2017 em termos de produ��o, consumo, com�rcio, ac��es e pre�os dos produtos-base das zonas agr�colas temperadas. Estas previs�es são baseadas em assun��es espec�ficas em rela��o �s condi��es macroecon�micas globais, crescimento populacional, pol�ticas para a agricultura e de mercado nacionais, tecnologias de produ��o e condi��es meteorol�gicas. Demonstram como estes mercados são influenciados pelos desenvolvimentos econ�micos e pol�ticas governamentais e sublinham alguns dos riscos e incertezas que poder�o influenciar os resultados do mercado. Os pre�os de refer�ncia mundiais para quase todos os produtos-base agr�colas abrangidos por este relatério encontram-se em n�veis recorde anteriores ou mesmo acima deles, pelo menos em termos nominais. Este estado das coisas não durar� e os pre�os come�ar�o a descer gradualmente devido � natureza transit�ria de alguns dos factores que estáo por tr�s das subidas recentes. Mas existem raz�es fortes para crer que Também agora existem factores permanentes a suportar os pre�os e que iráo contribuir para manter ambos a n�veis m�dios mais altos que no passado e reduzir o decl�nio a longo prazo em termos reais. Quer sejam transit�rias ou permanentes, as actividades pol�ticas adequadas para o desenvolvimento agr�cola e para satisfazer as necessidades das v�timas da fome e dos pobres t�m que ter em conta estas caracterásticas. O aumento dram�tico dos pre�os desde 2005/06 deve-se em parte �s condi��es meteorol�gicas adversas nas principais regi�es produtoras de cereais no mundo, com efeitos secund�rios nas colheitas e criação de gado que competem pelo mesmo territ�rio. Num contexto global de stocks, estes desenvolvimentos por si s� teriam accionado fortes reac��es nos pre�os. Estas condi��es não são recentes, aconteceram no passado e os pre�os voltaram a descer assim que condi��es mais normais foram restabelecidas e os fornecimentos foram retomados com o passar do tempo. Este relatério não aponta motivos para acreditar que tal não volte a acontecer nos próximos anos. No entanto, assim que os pre�os descerem dos picos actuais, manter-se-�o a n�veis m�dios mais altos, a m�dio prazo, do que os registados na última d�cada. Mas as for�as subjacentes que impulsionam o fornecimento de produtos agr�colas (principalmente os ganhos de produtividade) sobrepujar�o, finalmente, as for�as que determinam uma procura mais forte, tanto em termos comida e ra��o como da procura industrial, sendo mais marcante a produ��o de biocombust�veis. Consequentemente, os pre�os retomar�o o seu decl�nio em termos reais, embora, possivelmente, não tanto como no passado. Do lado da oferta, o relatério espera que um crescimento de produtividade das colheitas j� existentes seja mais importante que o das novas áreas destinadas ao cultivo na determina��o dos fornecimentos agr�colas. Um aumento de produtividade lento nos lactic�nios e derivados da criação de gado suportar�o igualmente um aumento da produ��o do leite e carne. Uma previsão-chave do relatério � o fortalecimento do d�lar Americano em rela��o a outras divisas. Nos países afectados por esta mudan�a, tal irá refor�ar os incentivos aos pre�os dom�sticos para aumentar a produ��o. Estes factores combinam-se para sustentar o crescimento global da produ��o agr�cola, embora algum desse �mpeto seja abafado pelo efeito redutor dos altos pre�os do petr�leo que aumentam os custos de produ��o. Do lado da procura, a altera��o das dietas, urbaniza��o, crescimento econ�mico e popula��es em expansão estáo a impulsionar a procura de comida e ra��o nos países em desenvolvimento. Globalmente, e em termos absolutos, a comida e a ra��o continuam a ser as maiores fontes de crescimento da procura em rela��o aos produtos agr�colas. Mas sobreposta a todos estes factores está agora a procura, em r�pido crescimento, de matéria-prima para alimentar o crescente sector da bioenergia. Embora esta seja mais pequena que o aumento da utiliza��o de comida e ra��o, a procura de biocombust�veis � a maior nova fonte de procura das últimas d�cadas e um forte factor de suporte na subida dos pre�os dos produtos agr�colas. Como resultado destas din�micas de oferta e procura, o relatério sugere que os pre�os dos produtos-base � em termos nominais � irá posicionar-se, a m�dio prazo, acima dos n�veis que t�m prevalecido nos �ltimos dez anos. Ao realizar-se a compara��o da média para o período de 2008 a 2017 com a do período 1998 e 2007, os pre�os da carne de vaca e de porco podem ser até 20% mais altos, o a��car bruto e branco cerca de 30%, trigo, milho e leite desnatado em p� 40 a 60%, manteiga e �leos de cereais mais de 60% e �leos vegetais mais de 80%. Mas deste nível. mais alto os pre�os retomar�o o seu decl�nio tem termos reais, se bem que a uma taxa mais lenta. Adicionalmente, os pre�os poder�o Também ser mais vol�teis do que no passado: em todo o relatério não se espera que os n�veis dos stocks sejam substancialmente repostos; a procura está a tornar-se menos sens�vel �s altera��es de pre�os ao nível. das quintas e consoante a parcela em produtos-base desce o or�amento final gasto em comida e a procura industrial sobe; as condi��es meteorol�gicas e o fornecimento de produtos agr�colas pode tornar-se vari�vel com as altera��es clim�ticas e os fundos de investimento não-comercial especulativos entram ou abandonam os mercados futuros consoante ditam as oportunidades de lucro. Neste contexto geral, o epicentro da agricultura global deslocar-se-� ainda mais da OCDE para os países em desenvolvimento. Verifica-se um r�pido crescimento quer no consumo como a produ��o nos países em desenvolvimento relativamente a todos os produtos, com a excep��o do trigo. At� 2017, espera-se que estes países dominem a produ��o e o consumo destes produtos b�sicos com a excep��o de cereais não processados, queijo e leite desnatado em p�. Verificam-se igualmente mudan�as correspondentes nos padr�es globais de com�rcio. As importa��es estáo a aumentar na maioria dos países em desenvolvimento e uma parcela crescente deste crescimento � capturado por maiores exporta��es de outros países emergentes ou em desenvolvimento. O crescimento das exporta��es em países em desenvolvimento � maior, e algumas vezes muito maior para quase todos os produtos. No entanto, enquanto a parcela dos países OCDE no mundo se reduz, estes países continuam a dominar o mercado de exporta��es relativamente ao trigo, cereais não-processados e todos os lactic�nios. Os pre�os altos são positivos para uns e negativos para outros. são ben�ficos para muitos produtores comerciais tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. No entanto, muitos agricultores em países em desenvolvimento não t�m acesso aos mercados e retirar�o pouco ou nenhum benef�cio dos actuais pre�os altos. Mas os pobres e, em particular, os pobres das cidades em países em desenvolvimento importadores de comida são os que mais iráo sofrer. Em muitos países de baixo rendimento os gastos em comida correspondem a cerca de 50% do rendimento e os pre�os mais altos contidos neste relatério iráo for�ar mais pessoas para a subnutri��o. Assim, no que respeita aos Pa�ses Menos Desenvolvidos, especialmente o grupo com d�fice de comida, as previs�es mostram uma vulnerabilidade muito acrescida e fornecimentos inconstantes de comida numa �poca de pre�os altos dos produtos-base e grande volatilidade dos mesmos. Este facto sublinha a import�ncia de melhorar a capacidade de fornecimento dom�stica através de investimentos nas áreas da educa��o, forma��o e serviços extensivos, pesquisa e desenvolvimento e infra-estruturas f�sicas. Embora estas sejam solu��es a longo prazo, � importante que a curto prazo o mercado de produtos-base funcione eficazmente para facilitar a distribui��o dos stocks de produtos-base dispon�veis. Este relatério assume a não-altera��o das politicas agr�colas e de mercado. No entanto, a evolu��o actual dos pre�os dos produtos-base agr�colas e de comida, articula-se de forma essencial nos futuros desenvolvimentos das politicas. � necess�rio um aumento da ajuda humanit�ria para reduzir o impacto negativo dos pre�os altos nos muito pobres e tal pode ser conseguido sem grande impacto nos mercados. No entanto, tais efeitos resultariam de politicas de restri��o de mercado tais como taxas a exportação e embargos. Estas podem a curto prazo fornecer algum alivio aos consumidores dom�sticos mas imp�em uma sobrecarga nos produtores dom�sticos e limitam a sua resposta de fornecimento, contribuem igualmente para a incerteza do mercado global de produtos-base. De forma semelhante, medidas para a protec��o dos produtores dom�sticos de produtos-base agr�colas através de ac��es fronteiri�as imp�em uma sobrecarga nos consumidores dom�sticos; e restringiriam igualmente as oportunidades de crescimento de produtores estrangeiros, limitando o necess�rio crescimento global da produ��o agr�cola. As pol�ticas de ajuda, bem como os desenvolvimentos dos pre�os do petr�leo v�o influenciar fortemente a evolu��o da procura futura desde os biocombust�veis �s matérias-primas de produtos-base agr�colas. Altera��es em qualquer dos citados ou novos desenvolvimentos tecnol�gicos teriam igualmente um forte impacto nos pre�os mundiais previstos para os produtos-base agr�colas e na disponibilidade dos mesmos para utiliza��o na alimenta��o e ra��o. Finalmente, a longo prazo, os fornecimentos agr�colas iráo sofrer um aumento de incertezas e limita��es relativo � quantidade de novas terras que podem ser destinados a cultivo. Os investimentos públicos e privados na Inovação e o aumento da produtividade agr�cola, particularmente nos países em desenvolvimento, melhoraria consideravelmente as projec��es de fornecimento ajudando a alargar a base de produ��o e diminuindo as probabilidades de picos de pre�o nos produtos-base.
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