[Fonte: Jornal do Centro]
O observatório nacional da produção biológica estará pronto até julho com toda a informação sobre este setor, que recebe 19 milhões de euros de apoio, indicou na quarta-feira (3 de abril) o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
“É uma infraestrutura onde pretendemos ter toda a informação concentrada daquilo que são os trabalhos de investigação, trabalhos das escolas, os eventos, para qualquer pessoa que estiver interessada na agricultura biológica ir ali e encontrar e estará pronta até ao final deste semestre”, anunciou Miguel João de Freitas.
O governante explicou que “foi agora lançado o concurso público para a construção desta infraestrutura, que terá toda a informação, desde a produção ao consumo, ou seja, pretende-se que haja um painel de consumidores que vão aferindo aquilo que é a qualidade, o consumo e o preço desses produtos junto do consumidor, dos distribuidores e produtores”.
Miguel Freitas falava na cerimónia de assinatura da constituição de S. Pedro do Sul como Bio Região e, consequentemente, de adesão à Rede Internacional de Bio Regiões que usa a sigla INNER, pela designação em inglês: ‘International Network of Eco Regions’.
“A agricultura biológica é o modo sustentável de produção, mas é evidente que tem custos, o que é preciso é passar a mensagem ao consumidor que, quando paga, está a pagar, porque aquele produto teve mais trabalho, não usou produtos químicos, logo a produtividade não pode ser a mesma que uma agricultura industrial”, explicou.
No entender do secretário de Estado, “aquilo que é preciso dizer é que é preciso pagar o preço justo” e, neste sentido, “também é preciso trabalhar para ir melhorando sucessivamente a sua produtividade, para que o preço desses produtos possa ser cada vez mais acessível aos consumidores”.
“Temos apoios aos agricultores biológicos, o agricultor biológico recebe apoios no âmbito das medidas agro ambientais dirigidos exclusivamente para os agricultores biológicos e são cerca de 19 milhões de euros todos os anos, portanto não é algo despiciendo”, referiu Miguel Freitas.
Com este reconhecimento de Bio Região e adesão à rede INNER, o presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul acredita que “estão criadas condições para divulgar os produtos de uma outra forma” e, neste sentido, o município vai “intensificar a divulgação” dos produtos biológicos regionais.
“Já estamos a vender numa loja da Câmara Municipal em S. Pedro do Sul, onde os técnicos da câmara estão também a dar apoio aos nossos agricultores e os que têm grandes estufas e que vendem de forma mais intensiva já estão a fazer vendas internacionais”, adiantou Vítor Figueiredo.
A título de exemplo, o autarca referiu que “saem do concelho todos os dias camiões TIR (Transporte Internacional Rodoviário) para a Holanda” e, para o futuro, Vítor Figueiredo quer “mais internacionalização” num município que produz de forma biológica produtos como vegetais, fruta e vinhos.
S. Pedro do Sul é a terceira Bio Região a ser criada em Portugal, depois de Idanha-a-Nova se ter estreado em fevereiro do ano passado e, em novembro, ter avançado o Alto Tâmega.
Segundo o secretário de Estado, num “futuro próximo” nascerão outras regiões como “a margem esquerda do [rio] Guadiana, Torres Vedras, Faial (Açores) e a região do Tâmega e Sousa”.